Supermercadistas mineiros acreditam em vendas superiores em 6,5% neste Natal em relação à sazonalidade do ano passado. Esse é o resultado de um levantamento feito pela Associação Mineira de Supermercados (AMIS) com cerca de 120 empresas em todo o Estado, em novembro.
A continuidade do pagamento do auxílio emergencial, mesmo que menor, e maior presença das famílias em casa devem sustentar essas projeções. Contribuem também o menor número de viagens previsto tanto dentro do País, como para fora, e o funcionamento ainda parcial de outros setores como bares, restaurantes e eventos. Isso faz com que as famílias se reúnam mais nas residências, o que justifica uma demanda maior no setor.
Por outro lado, o alto índice de desemprego (14,6% no país) e menor número de trabalhadores recebendo o 13º salário são fatores que impedem um desempenho ainda melhor neste Natal.
Mix
Apesar de a sazonalidade puxar a venda de todo o mix, a aposta maior está nos produtos típicos da época. Na venda de panetone, por exemplo, é esperado um crescimento de 8,5% sobre o Natal de 2019.
A linha de vinhos deverá ter um amento de vendas de 8%, incluindo nacionais e importados, mesmo com a valorização cambial. “O setor se preparou para atender a todos os perfis de clientes. Não só vinhos, mas quem procurar produtos importados em geral vai encontrar boa oferta desses itens nas lojas. Da mesma forma ocorre com aqueles clientes que optarem pelos produtos nacionais. O setor está bem abastecido e quem decide é o consumidor”, informa o Presidente Executivo da AMIS, Antônio Claret Nametala.
A categoria de cervejas deverá ter uma demanda maior em 12%, de acordo com as projeções dos supermercadistas. A maior aposta está nas artesanais e premiuns. As “bebidas quentes” de forma geral deverão ter crescimento de 4,5% nas vendas.
As aves típicas da sazonalidade, exceto peru, terão sua procura aumentada em 4%; enquanto as carnes diversas, incluindo lombo e pernil, terão um desempenho de 5,5% a mais, conforme projetam os resultados da sondagem. O tradicional peru terá demanda maior em 2%.
Além dos produtos do período, que tradicionalmente têm maior demanda, as lojas se preparam com um mix diversificado de itens “afins” que também tem a procura elevada no final de ano. É o caso da seção de hortifrutigranjeiros; artigos descartáveis como copos, colheres e pratos, por exemplo, papel alumínio, assim como itens para presente. “Depois de um ano muito difícil, com restrições em viagens e eventos diversos, a expectativa é que o consumidor vá passar o Natal e o réveillon junto à família”, projeta Claret.
“A AMIS está reforçando as recomendações aos supermercados que mantenham os cuidados sanitários necessários para que todos possam fazer as compras com segurança. E, mais uma vez, fica o nosso pedido ao cliente para que siga os protocolos recomendados. Buscamos sempre atender a população com segurança para nossos clientes e colaboradores”, enfatiza o Presidente Executivo da AMIS
Expectativa de desempenho por categorias:
- Panetone: 8,5%;
- Vinhos: 8%;
- Cervejas: 12%
- Bebidas “quentes”: 4,5%;
- Peru: 2%
- Outras aves típicas: 4%;
- Carnes diversas – além de aves: 5,5%.
Investimentos - quando perguntados se a empresa teve que adiar algum investimento neste ano por causa da pandemia, 50% dos pesquisados disseram que sim; enquanto 35,7% disseram que não e outros 14,3% afirmaram que “em parte”. Sobre se esses investimentos serão retomados em 2021, uma maioria, 71,40% dos pesquisados afirmaram que sim. Outros 14,60% informaram que não vão retomar. Já 14% vão retomar os investimentos “em parte”.
Preços
Unanimidade entre os pesquisados é que custos repassados pelos fornecedores vão continuar pesando para supermercadistas e consumidores. Os principais produtos desta sazonalidade estarão com reajustes de cerca de 10% em relação aos praticados em 2019. As justificativas são as já conhecidas ao longo do ano: exportação das commodities; câmbio valorizado; demanda maior em função do isolamento social; e falta de insumo/embalagens em algumas linhas de produtos, como latas e vidros.
No entanto, os preços mais elevados ao consumidor final não significa aumento de lucros para o setor, como afirma Claret. “Os supermercados não aumentaram suas margens. Pelo contrário, em alguns produtos que tiveram elevação maior no preço de custo, o setor teve que diminuir ainda mais os seus ganhos para atender a população em um momento de muitas dificuldades para todos”, ressalta.
Colaboradores temporários
Em relação à contratação de mão de obra temporária para reforçar o atendimento nas demandas de final de ano, 62% os pesquisados disseram que não vão contratar. A outra parcela (38%) que vão contratar funcionários informou que será numa proporção de 3% do quadro fixo.
No total, as projeções são de que 2,3 mil colaboradores temporários estejam sendo contratados para atuar nos supermercados mineiros no final deste ano.
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