Governo francês enterra aquisição do Carrefour, mas Couche-Tard deixa uma porta aberta
18/01/2021 às 12:25

A Alimentation Couche-Tard, do Canadá, suspendeu as negociações para comprar o Carrefour, por 16,2 bilhões de euros (US$ 20 bilhões), pois não conseguiu superar a oposição do governo francês, temeroso do impacto potencial da transação para a segurança alimentar e os empregos no país.

O cofundador e presidente da Couche-Tard, Alain Bouchard, reuniu-se com o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, na sexta-feira (15), para tentar persuadi-lo com uma mistura de garantias e promessas, entre elas, investimento de 3 bilhões de euros ao longo de cinco anos, não cortar empregos por dois anos e a de negociação das ações nas duas bolsas de valores.

Em um comunicado conjunto no sábado, as empresas informaram que houve “discussões preliminares a respeito de uma transação, atentas a todas as partes interessadas”, mas, “à luz dos recentes acontecimentos, elas não continuariam”. 

As empresas deixaram uma porta aberta para trabalhar juntas em alguma medida, ao informar que "examinaram oportunidades de parcerias operacionais”,como nas áreas de compras, distribuição de produtos e inovação. 

Os três maiores acionistas do Carrefour, que juntos controlam cerca de 23% das ações e se beneficiam do direito de voto duplo sob a lei de valores mobiliários francesa, estavam abertos à possibilidade de vender suas participações para facilitar a transação, segundo fontes próximas às negociações tinham contado ao “Financial Times”.

Entre eles estão o homem mais rico da França, o bilionário Bernard Arnault, que comanda o grupo de luxo LVMH, a família Moulin, controladora do grupo de lojas de departamento Galeries Lafayette e o empresário brasileiro Abilio Diniz.

 

Fonte: Valor Econômico

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