Líder nacional em um negócio que tem a cara da gastronomia mineira, a Forno de Minas, fabricante de pães de queijo congelados, iniciou este ano um plano de investimento de R$ 60 milhões para ampliar a capacidade de produção e armazenagem na sua fábrica em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
O movimento faz parte de uma estratégia impulsionada pela entrada, no ano passado, de um novo sócio, a canadense McCain, que adquiriu 49% da companhia. A multinacional é considerada forte na fabricação de batatas fritas congeladas e anunciou recentemente que instalará uma fábrica do produto na cidade de Araxá, também em Minas Gerais. A McCain tem fábricas em mais de 50 países e um portfólio variado de congelados no exterior, que inclui croquetes, pizzas, tortas e pratos orientais de outros snacks.
Fundada em 1990, a empresa atende a clientes em todo o Brasil e nos últimos anos também vem exportando os pãezinhos de queijo, principalmente para os EUA e a América Latina. Ao todo, 19 países já compram seus produtos.
A expectativa é que com a entrada da McCain, as exportações ganhem um ritmo mais acelerado. A meta da empresa mineira é exportar entre 15% e 20% de sua produção daqui a três anos. Hoje, a fatia exportada é de 7% a 8%.
"Temos muitas sinergias com a McCain e temos oportunidade de absorver muito da experiência que eles têm como uma empresa global", disse ao Valor, Helder Mendonça, CEO e sócio da Forno de Minas. "Estamos começando a aproveitar a estrutura da McCain pelo mundo para globalizar o pão de queijo. Eles vendem produtos em mais de 160 países."
Segundo o empresário, uma das vantagens práticas de contar com a McCain como sócia é que os canadenses têm participado de reuniões e apresentações da Forno de Minas a potenciais grandes clientes. A Cisco, por exemplo, gigante no ramo de distribuição de alimentos, já abriu suas portas para começar a conhecer a fabricante mineira e seus cheese rolls - termo que aparece nos pacotes de pães de queijo congelados que a Forno já vende nos EUA.
De olho no aumento das exportações e na continuidade de crescimento da demanda no Brasil, a empresa, dobrou, no ano passado, sua área de terreno na fábrica, para 48 mil metros quadrados. Com mais espaço, está triplicando sua área de estocagem. Hoje, são 1,8 mil posições de palete dentro da câmara fria. Após a conclusão das obras, serão mais 3,5 mil posições.
Parte da área será usada como centro de distribuição de produtos da McCain, em Minas. Parte receberá os produtos da Forno, que hoje gasta cerca de R$ 400 mil por mês alugando câmeras frias de terceiros. Isso porque as instalações próprias já não são suficientes.
Assim que o novo projeto de estoque estiver concluído - o que é esperado para o fim deste ano -, começam as obras de ampliação da fábrica. "Teremos novas linhas de produção e a ideia que a gente use essa área para novos produtos congelados que ainda serão lançados", disse Mendonça.
Os investimentos na ampliação devem se alongar ainda por mais dois anos. E então a Forno de Minas, que hoje tem uma capacidade de produção de 10 toneladas por hora, passará a ter uma capacidade de 15 toneladas.
Os cerca de R$ 60 milhões que serão investidos nesse período virão de recursos próprios dos acionistas e de financiamentos bancários no Brasil e no exterior, segundo Mendonça.
Dados da Nielsen mostram a Forno de Minas como dona de uma participação de 39,2% do mercado nacional de pão de queijo congelado. A empresa tem cerca de 1,2 mil funcionários, laticínio próprio em Minas e uma subsidiária na Flórida.
(Fonte: Valor Econômico)
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