A fabricante alemã de cosméticos Beiersdorf, dona da marca Nivea, começou a produzir desodorantes em aerossol no Brasil, substituindo as importações que fazia da Argentina. Desde 2017, a empresa investiu R$ 300 milhões na ampliação de sua fábrica em Itatiba (SP), onde passou a fabricar esses produtos. Com as obras de ampliação, inauguradas na semana passada, a capacidade produtiva anual será dobrada para 280 milhões de unidades de diversos produtos, sendo metade delas de desodorantes em aerossol. A outra metade é de itens que já eram produzidos no Brasil.
As instalações, ampliadas em 18 mil metros quadrados, contam com 16 máquinas interligadas em duas linhas de produção, capazes de produzir 600 latas de desodorante por minuto. Antes, 60% desses itens vinham da Argentina e 40% eram feitos por terceiros no Brasil. Com a transferência, a unidade paulista passa de importadora a exportadora para oito países do Cone Sul. A produção na Argentina foi encerrada.
"Seremos mais ágeis para inovar e controlar a produção. A fabricação própria do desodorante permitirá margem melhor em uma categoria muito acirrada", disse Stefan De Loecker, presidente mundial da Beiersdorf. O Brasil é uma das principais apostas de crescimento da empresa, disse ao Valor o executivo belga, que está há oito meses no cargo.
Em tempos de crise, a marca Nivea e a francesa Coty protagonizam uma intensa disputa pelo segundo lugar da categoria. A anglo-holandesa Unilever mantém a liderança, com 57,2% de participação de mercado. Dados da Euromonitor International mostram que a empresa alemã perdeu 3,4 pontos percentuais em 2018, com uma fatia de 17,1% do segmento; a rival francesa cresceu 4,9 pontos percentuais, para 15,7%.
O Brasil é o segundo maior mercado consumidor de desodorantes no mundo. O movimento no ano passado, considerando todas as variedades, como spray e roll-on, foi de R$ 11,57 bilhões. Nos Estados Unidos, as vendas somaram R$ 17,3 bilhões. Considerada somente a categoria spray, que inclui o aerossol, os brasileiros ficaram na frente, com R$ 7,61 bilhões, seguidos pelos americanos, com R$ 5,03 bilhões. (Foto: Valor Econômico)
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