O mercado de bebidas não alcoólicas, incluindo as categorias de águas, refrigerantes, sucos, chás, cafés e energéticos, deve crescer 10,6% em volume entre 2018 e 2023, passando de 24,1 bilhões de litros no ano passado para 26,6 bilhões de litros ao fim do período, de acordo com estimativas da Euromonitor International.
Esse crescimento será impulsionado principalmente pelo aumento no consumo de água engarrafada. A categoria, que atingiu 8,6 bilhões de litros de consumo no país em 2018, vai crescer 20,2% até 2023, chegando a 10,4 bilhões de litros. O crescimento médio anual para o período de 2018 a 2023 é estimado em 3,7%, ante um crescimento médio para o setor de não alcoólicos de 1,4% ao ano.
É uma boa notícia para fabricantes como Coca-Cola, Pepsico, Ambev e Heineken, que têm investido na ampliação da oferta de bebidas não alcoólicas não carbonatadas, como águas, sucos e chás.
Em valor, as vendas de água engarrafada devem chegar a movimentar R$ 34,6 bilhões em 2023, com aumento médio anual de 5,9% em cinco anos. O mercado total movimentará R$ 130,4 bilhões até 2023, com crescimento médio anual de 3,3%.
"A água engarrafada tem atendido a busca do consumidor por opções de bebidas mais saudáveis. Muita gente está trocando outras bebidas para consumo no lar, como refrigerantes e sucos por água. Em restaurantes, a água com gás e limão ou laranja tem substituído o consumo do refrigerante com refeições", disse Angélica Salado, consultora da Euromonitor.
Segundo a analista, na categoria de água, as linhas que mais crescem são água natural em garrafas pequenas, de até 500 mililitros (ml), e galões de 5 a 7 litros. Os galões de 8 a 20 litros, por sua vez, estão em queda, já que as famílias estão menores. Outro ponto é que cada vez mais os consumidores preferem fazer compras no chamado varejo de proximidade (lojas menores como Minuto Pão de Açúcar, Mini Mercado Extra e Carrefour Express). Esses mercados vendem a água em galões menores por restrição de espaço.
"Embora sejamos maior país em consumo absoluto, em consumo per capita, somos menores que países da América Latina até mais pobres, como Argentina, Uruguai e República Dominicana", disse Angélica. O consumo per capita no Brasil é de 40,8 litros de água por ano, ante a média de 46,7 litros per capita por ano na América Latina.
Já a categoria de refrigerantes seguirá retraída, segundo a Euromonitor. A categoria caiu, em média, 4,5% ao ano entre 2013 e 2018. Para o período de 2018 a 2023, a consultoria estima uma alta média de 0,7%, passando de 12,8 bilhões de litros no ano passado para 13,3 bilhões de litros em 2023.
Em valores, as vendas de refrigerantes crescerão 2,4% em média ao ano entre 2018 e 2023, para R$ 56,3 bilhões. "O consumo de refrigerantes terá um crescimento marginal, chegando a um ponto de equilíbrio em 2022 ou 2023", disse Angélica. Os brasileiros mantêm o interesse em refrigerantes, mas em porções menores. Por isso, crescem as vendas de latas de 210 ml e garrafas PET de 250 ml.
A Euromonitor também estima crescimento de sucos e chás prontos até 2023. A categoria de sucos prontos crescerá, em média, 2,8% ao ano entre 2018 e 2023, chegando a 2,5 bilhões de litros. Em valor, o crescimento médio estimado é de 6,6% ao ano, chegando a R$ 25,6 bilhões.
Em chás prontos, a Euromonitor estima avanço médio de 4,5% ao ano, para 180,3 milhões de litros. Em valor, o aumento médio será de 6,9% ao ano, chegando a R$ 1,5 bilhão em 2023.
Já os néctares (bebidas com percentual de 25% a 99% de suco de fruta) perdem espaço no mercado, porque os consumidores não veem benefício no consumo dessa bebida, de acordo com a analista. (Fonte: Valor Econômico)
Mais Lidas
-
04/06/2020 às 19:42
-
19/03/2019 às 11:03
-
24/05/2022 às 12:40
-
27/02/2019 às 11:35
-
18/11/2020 às 10:05