Para a população que possui algum tipo de deficiência física comprar online já é uma realidade: 37% deles são consumidores que compram mensalmente, e 23% quinzenalmente. As compras por meio de smartphones (46%) estão em um patamar próximo a computadores (50%), e tablets (4%).
É o que mostra um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), que objetiva conhecer aspectos relacionados aos hábitos de compra da população com algum tipo de deficiência física, com especial interesse na comparação entre lojas físicas e online.
“Pelo tamanho que esta parcela da população representa, é importante o varejo entender cada vez mais esse consumidor e buscar soluções para esse público. É preciso investir na experiência de compra, consequentemente em treinamento dos funcionários, e principalmente na acessibilidade das lojas”, afirma o presidente da SBVC, Eduardo Terra.
O estudo revela que o consumo relacionado a itens básicos é feito com mais frequência: 61% dos entrevistados costumam ir semanalmente a redes de supermercados e 37% afirmam consumir mensalmente em drogarias e farmácias. Vinte e nove por cento do público costuma ir mensalmente a shoppings centers, em busca de itens ocasionais de compra, e 21% afirmam frequentar eventualmente esse canal. “Supermercados, drogarias e farmácias são utilizados como canais de reposição de itens básicos, de forma concomitante e às vezes concorrente. A conveniência é um aspecto muito relevante na decisão de compra do público”, afirma o presidente.
De modo geral, os consumidores dizem que a experiência de compra oferecida pelo varejo é bastante positiva: 72% dos frequentadores de supermercados e 73% dos que vão a shopping centers apreciam a experiência (somando as avaliações “muito boa” e “boa”).
Farmácias e Drogarias oferecem a “melhor experiência” a esse consumidor: 74% sentem que sua jornada de compra nesse tipo de loja é positiva.
Dificuldade de acesso à loja, corredores estreitos, escadas e degraus, altura das gôndolas e dos caixas são aspectos que atrapalham a experiência de compra, pois dificultam o deslocamento pelo PDV e a finalização bem-sucedida da compra. “Apesar de o consumidor citar a acessibilidade das lojas como ponto negativo, ainda assim, avaliam às lojas de maneira positiva, dando nota 7,5 ao atendimento”, ressalta Terra.
No estudo, foram analisados os fatores que levam esse público a consumir, os aspectos que mais prezam em suas compras, as principais barreiras que os impedem de ter uma experiência de compra “muito boa”, e a presença do varejo digital no cotidiano da população.
Foram entrevistados 892 consumidores em todo o País. Dos respondentes, 76% são familiares ou amigos, responsáveis por auxiliar o deficiente físico em suas compras. Dentre as deficiências pesquisadas, 44% são deficientes das funções motoras inferiores, 24% deficientes visuais, 20% deficiência auditiva e 12% deficientes das funções motoras superiores.
Segundo afirma o estudo, citando dados do IBGE, a parcela da população brasileira com alguma deficiência intelectual, motora, visual ou auditiva passou de 14% em 2000 para 24% em 2010, totalizando 45,6 milhões de pessoas.
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