Varejistas e fabricantes de bens de consumo crescem
05/11/2019 às 10:32

Grandes empresas que abastecem o consumidor com alimentos, bebidas, roupas, medicamentos, produtos de higiene pessoal e eletroeletrônicos estão conseguindo aumentar a receita a um ritmo quatro vezes maior que a inflação.

Estratégias para ampliar vendas, como investir no comércio on-line, e melhorar a produtividade, repondo estoques mais rapidamente, ajudam a explicar o desempenho, que também recebe um certo impulso com a liberação dos saques do FGTS.

De acordo com dados compilados pelo Valor Data, 12 empresas do setor de consumo listadas na B3 tiveram um crescimento de 12,4% na receita líquida do terceiro trimestre, em comparação com o mesmo intervalo de 2018. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE indica uma inflação de 2,89% no acumulado de 12 meses até setembro.

Juntas, GPA, Lojas Americanas, B2W, Magazine Luiza, Renner, Raia Drogasil, Multiplan, Ambev, Arezzo, Grendene, Vulcabras Azaleia e Cia. Hering alcançaram no trimestre uma receita líquida de R$ 45,19 bilhões, R$ 5 bilhões a mais que a receita apurada um ano antes.

Já o lucro líquido atribuído aos controladores cresceu menos, 5,9%. As 12 companhias acumularam um lucro líquido de R$ 3,9 bilhões, ante um ganho de R$ 3,7 bilhões de julho a setembro de 2018.

As companhias associam o crescimento ao fortalecimento do comércio eletrônico e da operação de multicanal (que integra venda digital e física), à expansão das redes de lojas, e a investimentos em logística para melhorar a reposição de estoques. Na esfera macroeconômica, consideram que há sinais de uma recuperação pequena mas gradual, favorecida por inflação e juros mais baixos em relação a 2018 e pelo início da liberação de recursos do FGTS.

“Os resultados do terceiro trimestre mostram que, embora o crescimento do varejo seja pequeno, a recuperação é sistêmica. Há um movimento geral de crescimento nas vendas. Não são mais apenas algumas empresas com crescimento descolado do resto”, diz Alberto Serrentino, sócio e fundador da consultoria Varese Retail.

Empresas que já apresentavam desempenho forte durante a fase mais aguda da crise econômica, como Magazine Luiza, Renner, Raia Drogasil e Arezzo, continuaram crescendo no terceiro trimestre. E companhias que tiveram um desempenho mais fraco na crise, como Cia. Hering, Pernambucanas, Riachuelo e Marisa, deram sinais de melhora, disse Serrentino.

Nuno Fouto, diretor do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), observou uma melhora no fluxo de crédito para pessoas físicas e recuperação lenta na taxa de emprego, que contribuem para o aumento do consumo no terceiro trimestre.

Fouto observa que no acumulado de 12 meses até agosto foi registrada uma geração líquida de 458,9 mil novos postos de trabalho formais. A massa de rendimento real mensal dos trabalhadores cresceu 1,84% e as concessões de crédito aumentaram 11,54%. Tudo isso contribuiu para o varejo crescer 4,25% nos oito primeiros meses do ano, de acordo com dados do IBGE. O diretor do Ibevar pondera que o cenário deve ser mantido nos próximos meses e o avanço de vendas do varejo no quatro trimestre deve ser “pequeno”. (Fonte: Valor Econômico)

 

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