Segmento de orgânicos é tendência para 2020
04/02/2020 às 10:18

O segmento de orgânicos movimentou R$ 4,5 bi no Brasil em 2019, representando crescimento entre 10% e 15%, segundo estimativa da Organis – entidade setorial dos Orgânicos. Os números de exportação também foram bons para um ano de grande variação cambial: em torno de U$ 190 milhões (26 empresas associadas) um crescimento aproximado de 5%.

“Nossa estimativa tem base no aumento de toda cadeia. A principal feira do setor de orgânicos, a BioBrazil, cresceu 33% em número de expositores. Tivemos muitos brasileiros visitando as principais feiras internacionais do setor – mais do que em outros anos – na busca por ideias e conceitos com potencial para ser trabalhados por aqui. Rompemos a barreira das 20 mil unidades produtivas e o varejo entendeu a importância do orgânico no portfólio dos saudáveis”, explica Clauber Cobi Cruz, diretor da Organis.

O percentual de crescimento poderia ser bem maior, talvez o dobro, diz Cruz: “Se as condições econômicas tivessem sido favoráveis e se o consumidor já houvesse consolidado seu entendimento sobre o que é um produto orgânico”.

A tendência para 2020 é positiva: o mercado brasileiro de orgânicos deverá crescer no mínimo 10%. “Um número conservador, é verdade, mas muito factível”, estima Cobi Cruz. 

Para a Organis, neste ano aumentará a demanda por produtos orgânicos plant based (baseada em legumes e vegetais), os responsáveis pela merenda escolar também se voltarão para os produtos orgânicos, a oferta de frutas orgânicas e de produtos orgânicos oriundos da cadeia animal, como frango, leite e derivados, continuará crescendo. A tendência é que os orgânicos ocupem mais espaço nas feiras setoriais como a APAS Show, FiSA e Fispal. “Será muito positivo ver os orgânicos se movimentando com desenvoltura em ambientes que ainda não foram completamente desbravados”, garante Cobi Cruz.

Outra tendência, apontada pela Organis, é a produção orgânica ganhando relevância cada vez maior como parte da solução das questões ambientais. O setor deverá atrair mais iniciativas, tanto públicas como privadas, que intensificarão as ações de fomento. “Com certeza, veremos mais ofertas online, orgânicos nos clubes de compras, CSA e restaurantes. Novas marcas surgirão e teremos menos plástico embalando os produtos orgânicos. A experiência bem-sucedida de ver os orgânicos em movimento nos anima a manter o otimismo para 2020, que tende a se firmar como um ano de sistematização de informações da cadeia produtiva, da semente ao cliente. Nós, da Organis, apostamos que os produtores, os varejistas, os processadores e os consumidores estarão cada vez mais abertos para entender e apoiar nosso manifesto por um Brasil cada vez mais orgânico e sustentável”, completa o diretor da Organis.

O ano de 2020 começa com a participação de 11 empresas associadas da Organis na Biofach, em Nuremberg (Alemanha): Jalles Machado (açúcar), Resibras  (Castanhas da marca Marambaia), Native (açúcar, sucos, snacks, achocolatados e produtos variados), Petruz Fruit (açaí), Be Ingredient (processamento de frutas), MN Própolis (mel e própolis), Amazon Polpas (açaí), Triunfo do Brasil (mate), Xingu Fruit (polpas de Frutas), Vapza Alimentos (alimentos cozidos e embalados à vácuo) e Litholife (beneficiamento da alga marinha lithothamnium).

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