Coronavírus impacta modo de consumir na China
27/02/2020 às 09:30

A China está sofrendo com os impactos causados pelo coronavirus e uma das mudanças observadas é a forma e as prioridades de consumo. Por causa disso, a Kantar recolheu dados de forma online de mais de 1.000 lares durante as primeiras semanas de fevereiro em todo o país asiático, inclusive na região de Hubei, epicentro da crise, para entender como a população tem se comportado.

Um dos pilares do estudo foi se as pessoas haviam mudado o ritmo de gastos (reduzido, mantido ou aumentado) nas compras de 24 indústrias e como pretendem retomar os gastos quando a situação for normalizada. 

Pela impossibilidade de sair de casa, as indústrias de entretenimento e turismo são as que mais sofrem: 75% dos chineses disseram ter cancelado compras destas categorias e 17% reduziram os valores desde o início da crise. Em segundo plano, produtos relacionados também têm perdido mercado, como, por exemplo, bebidas alcoólicas (-57%), cosméticos (-56%) e vestuário (-67%).

Em contrapartida, os gastos com alimentos e bebidas cresceram em 40% dos lares, produtos de limpeza em 48% e seguro saúde em 38%, especialmente na província de Hubei.

No entanto, quando finalmente puderem deixar suas casas, 82% dos chineses pretendem retomar as refeições na rua, 78% têm planos de viajar e 77% de investir em entretenimento fora de casa.

A retomada não indica índices tão positivos para a indústria de luxo, que deverá ter as maiores perdas a curto e médio prazo, já que 61% afirmaram ter reduzido ou eliminado estes itens do orçamento e 21% pretendem continuar diminuindo a compra com o fim da crise. Este comportamento pode ser reflexo das mudanças de perspectiva de consumo que as pessoas apresentam após esse tipo de evento.

Método de compras

Como é preciso passar o maior tempo possível em casa, 55% dos chineses têm usado as plataformas de e-commerce para abastecer as prateleiras, apesar de os supermercados ainda serem o canal mais usado por pequena diferença.

Um dos pontos que chamou atenção na pesquisa é que as pessoas têm se juntado em grupos de vizinhos, amigos ou familiares para trocar produtos ou fazer compras coletivas. Para isso, têm se organizado usando a plataforma de mensagens instantâneas WeChat. De acordo com o levantamento, 35% das famílias citaram os grupos como um novo canal de compra.

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