Japonesas Daio e Marubeni compram a marca Personal
27/02/2020 às 10:12

As japonesas Daio Paper Corporation e Marubeni Corporation fecharam a compra da Santher, uma das mais tradicionais fabricantes de papel higiênico e toalhas absorventes do Brasil, por R$ 2,303 bilhões, sem considerar a dívida da companhia. Dona das marcas Personal, Snob e Kiss, a Santher era controlada pela família Haidar e passou por restruturação financeira e administrativa em 2018, pressionada pelo elevado endividamento.

Conforme fatos relevantes publicados no Brasil e no Japão, a compra de 100% das ações ordinárias da fabricante brasileira de tissue foi firmada pela H&PC Brazil Participações, joint venture constituída entre a Daio e a Marubeni com participações de 51% e 49%, respectivamente.

Com capacidade de produção de 180 mil toneladas por ano de papéis para fins sanitários, a Santher teve receita líquida de R$ 1,56 bilhão e resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 180 milhões em 2019.

Em nota, a Daio, uma das maiores produtoras asiáticas de tissue, informou que “a transação representa uma oportunidade atrativa de entrar no mercado brasileiro onde a demanda por bens de consumo, incluindo o de cuidados pessoais, deve aumentar significativamente”. A companhia tem planos de ampliar presença na América do Sul e oeste e sul da África.

O presidente da Santher, José Rubens de la Rosa, por sua vez, diz em nota que o negócio compreende a ampliação e diversificação do portfólio de produtos. Os novos sócios pretendem iniciar a produção e distribuição de fraldas adultas, e ampliar presença no segmento hospitalar.

A aquisição e a entrada no mercado brasileiro de tissue, conforme Daio e Marubeni, refletem a perspectiva de “significativo crescimento populacional e pelo desenvolvimento econômico do país, onde se verifica notável expansão da demanda para bens de consumo (incluindo produtos de cuidados pessoais)”. O mercado brasileiro de higiene e cuidados pessoais é o quarto maior do mundo, com taxa anual de crescimento de 5,6% para tissue e 5,4% para fraldas descartáveis.

Essa é a segunda grande aquisição no segmento brasileiro de papéis para fins sanitários em seis meses. Em agosto de 2019, a Softys, da chilena CMPC comprou a Sepac por R$ 1,3 bilhão.

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