Pouco mais de sessenta dias do anúncio da compra da família Buscopan, a Hypera Pharma venceu a disputa pelos ativos de medicamentos sem prescrição (OTC, na sigla em inglês) na América Latina da japonesa Takeda. Oferecendo US$ 825 milhões, a farmacêutica brasileira desbancou concorrentes diretos no mercado nacional, como a EMS, que chegou a ofertar US$ 750 milhões.
Breno Oliveira, presidente da Hypera, disse durante teleconferência com analistas que a compra dos ativos da Takeda foi a maior já realizada na história da companhia. “Marca uma transformação da Hypera. Quando finalizada as aquisições, do Buscopan e da Takeda, mudaremos o nosso patamar no mercado. Seremos a maior empresa farmacêutica do país.”
Somando as receitas da família Buscopan e da Takeda, a Hypera passa a deter R$ 5,8 bilhões pelo critério de vendas ao consumidor (“sell-out”), segundo dados da IQVIA. A EMS fatura R$ 5,7 bilhões.
Oliveira informou que os negócios devem representar um aumento de 30% na receita da companhia e outros 50% no lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês). Conforme a companhia, hoje, os ativos da Takeda na América Latina têm receita de R$ 900 milhões, já a família Buscopan, comprada em dezembro, fatura R$ 250 milhões. O Ebitda é cerca de R$ 377 milhões e R$ 92 milhões, respectivamente. Há duas semanas, a Hypera enviou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a conclusão da compra da família Buscopan para a avaliação.
Segundo fonte da indústria, o portfólio combinado pode ser avaliado como sobreposição de classes terapêuticas no segmento de analgésico. Isso porque a Hypera já tem em sua carteira a Doralgina. “Com a Neosaldina [da Takeda], a companhia fica com duas marcas fortes nesse segmento. Pode ser que o Cade avalie que a Hypera tem que se desfazer de uma das marcas para aprovar a aquisição.”
(Fonte: Valor Econômico)
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