A crise financeira instalada no País nos últimos anos aumentou o nível de endividamento dos consumidores mineiros. Pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), apontou que 48,3% dos belo-horizontinos estão com mais de 30% de sua renda familiar comprometida com o pagamento de compras parceladas ou financiamentos. Deste total, 1,7% deve mais do que ganha.
Para especialistas, o patamar saudável de comprometimento máximo da renda com dívidas é de 30% e conforme a economista da entidade, Ana Paula Bastos, quanto maior o nível de endividamento, maior o risco do aumento da inadimplência.
“Para se ter um alto grau de endividamento, é preciso ter uma organização financeira adequada. Somente assim é possível evitar o aumento da inadimplência, porque o comprometimento da renda não significa falta de pagamento, mas pode levar a isso”, explicou.
A economista ressaltou ainda que embora o cenário esteja melhor, com os níveis de emprego maiores, nem sempre as pessoas se organizam o suficiente para reverter o quadro deixado pela crise.
“Planejar não é deixar de consumir, mas consumir de forma consciente. Para isso, as pessoas precisam avaliar seus orçamentos antes de uma nova compra, dar uma entrada maior em um financiamento e não só ver se a parcela cabe no bolso, mas o impacto que trará no orçamento ao longo do tempo”, completou.
Segundo a pesquisa, quando separados por perfil, a maioria dos homens (51,4%) tem mais de 30% da renda comprometida e entre as mulheres o percentual é de 45,5%. Os consumidores que afirmaram destinar até 30% da renda para o pagamento de débitos representam 42,2% e apenas 9,4% responderam que não possuem nenhum comprometimento dos recursos financeiros.
Além disso, por faixa etária, a maioria dos jovens (18 a 24 anos) e dos jovens adultos (25 a 34 anos) tem mais de 30% dos rendimentos destinados ao pagamento de parcelamento e financiamentos.
Já entre as classes sociais, os consumidores das classes A/B são os que possuem um maior comprometimento: 30,4% dos entrevistados afirmaram ter de 16% a 30% dos seus rendimentos destinados ao pagamento de compras parceladas ou financiamento, e 21,4% das pessoas ouvidas, de 31% a 50%.
“Apesar de apresentarem este resultado, as classes A/B são as menos impactadas pelo desemprego e mais organizadas financeiramente. Isto contribui para que eles consigam arcar com todos os parcelamentos e compromissos financeiros”, comentou Ana Paula.
Vencimento
Ainda de acordo com a pesquisa, 71,2% dos consumidores pagam todas as contas na data de vencimento. Já 24,8% priorizam as contas básicas e depois pagam o restante sem considerar a data de vencimento, enquanto 3,9% quitam todos os débitos após a data de vencimento.
Entre os gêneros, 72,1% das mulheres e 70,1% dos homens afirmam que pagam todas as contas dentro do prazo de vencimento. No entanto, mais de 24% dos consumidores de ambos os sexos priorizam o pagamento das contas básicas. “De forma geral, as pessoas tentam pagar as contas dentro do prazo de vencimento, mas o percentual dos que dão preferência às contas básicas ainda é elevado”, concluiu.
(Fonte: Diário do Comércio)
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