A fabricante anglo-holandesa Unilever se preparava para reajustar os preços no Brasil quando a pandemia de covid-19 começou a tomar força. A medida seria adotada no início de março para minimizar o impacto de um aumento forte nos custos, decorrente da valorização do dólar em relação ao real. Em vez de mandar uma nova tabela de preços ao varejo, o argentino Gerardo Rozanski, no comando da empresa há oito meses, decidiu suspender descontos e promoções.
Na prática, o consumidor sentiu que a conta no supermercado ficou mais alta pois a Unilever não foi a única empresa a eliminar promoções e descontos.
“Estamos revendo os planos e fazendo planejamento semana após semana. Quando vimos o que estava acontecendo na Ásia, repatriamos os brasileiros e montamos um comitê de crise interno para reuniões diárias”, disse o executivo que está na multinacional há 27 anos.
No Brasil, o portfólio é amplo e Rozanski está, ao mesmo tempo, ampliando e enxugando os negócios, dependendo da categoria de produtos. O executivo elevou, por exemplo, a produção das categorias de limpeza e higiene pessoal, mas deu férias coletivas aos funcionários da fábrica de sorvetes em Pernambuco. A companhia emprega 11,5 mil pessoas no país.
Com a demanda maior por itens de limpeza nos supermercados, a Unilever elevou em 15 vezes a produção do higienizador com álcool Cif. O volume fabricado do cloro em gel Vim, dos sabões Omo e Brilhante e dos sabonetes Dove e Rexona, na versão bactericida, também cresceu. Boa parte dos consumidores correu aos supermercados em meados de março para estocar produtos, antes da quarentena em diversos Estados ser decretada.
Apesar da falta de perspectiva para o fim da pandemia, Rozanski diz que a Unilever está preparada para reagir a mudanças no perfil do consumidor. Devido ao atual cenário, de demanda maior por produtos de higiene e limpeza, o executivo adiou o lançamento de produtos de beleza. Mas colocará nas prateleiras em breve uma nova versão do limpador Cif, para lavar pisos externos. Nos dias 18 e 19 de março, a Unilever encomendou à QualiBest uma pesquisa com 1 mil internautas, de 18 a 55 anos, perguntando quais produtos estavam usando ou pretendiam aumentar o uso para prevenir-se do novo coronavírus. Fatia de 88% citou o álcool em gel, seguido por sabonete líquido (51% dos pesquisados), sabonete em barra (44%) e sabonete líquido antibacteriano (38%).
Fonte: Valor Econômico
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