Mercado Livre entra no setor de supermercados
07/05/2020 às 11:08

O Mercado Livre, maior plataforma de comércio eletrônico do país, presente em 18 países, registrou em abril patamares de vendas “bem superiores” ao registrado antes da pandemia da covid-19, e no Brasil, esse ritmo também está superior neste intervalo, disse o comando em entrevista ontem ao jornal Valor Econômico. Para analistas, a empresa havia dito, em teleconferência na terça-feira, 5, que a venda em abril mostrava reação, após um fim de março fraco, o que animou investidores.

As vendas do Mercado Livre no Brasil cresceram 55% de janeiro a março (em moeda local), na Argentina, 123%, e no México, 81%. O grupo opera por meio da venda de itens de lojistas hospedados em seu site e aplicativo (marketplace). A companhia informou que passou a fazer no Brasil a venda direta de produtos típicos de supermercados. As mercadorias são compradas e distribuídas pela empresa.

Até então, o Mercado Livre vendia produtos de outros lojistas e de marcas com lojas oficiais no site. Em abril, abriu o segmento chamado “supermercados” no site e no aplicativo. Há cerca de 12 mil itens e mais da metade são produtos comprados pela empresa junto à indústria.

“Adiantamos esse projeto, que seria só para o segundo semestre, por conta dos acontecimentos, pela mudança no comportamento do consumidor”, disse. A compra e a venda direta foi estratégia tomada para avançar com o projeto de forma mais rápida, sem depender da adesão de lojistas de supermercados ao “marketplace” (shopping virtual).

Perguntado se a empresa negocia acordos com GPA e Carrefour, para aumento na venda de produtos na plataforma, Tolda disse que ambos já vendem no Mercado Livre e a ampliação do portfólio é decisão das empresas. Essa primeira fase não inclui a venda de produtos frescos ou de itens congelados, uma venda que poderia pesar mais na estrutura de custos e despesas da empresa.

Magazine Luiza e B2W também aceleraram projetos de investimento no segmento específico de supermercados neste ano. Para especialistas, por conta da pandemia, essa categoria deve ser o foco da nova disputa no varejo digital no resto do ano, ocupando o lugar dos itens de moda. O Mercado Livre também terá um foco maior na venda direta de produtos eletrônicos de consumo.

 A Via Varejo havia informado dias atrás que sentiu um desabastecimento neste segmento, em marketplaces que comercializam itens de pequenos lojistas, o que gerou dúvidas no mercado sobre marketplaces com dificuldades de vendas.

(Fonte:  Valor Econômico)

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