Fabricantes de cervejas que concentram mais as vendas em supermercados e hipermercados têm conseguido um desempenho acima da média do mercado. É o caso de algumas cervejarias artesanais como a Dado Bier, do Rio Grande do Sul. Dona de uma receita anual da ordem de R$ 200 milhões, a fabricante registrou aumento de vendas de 47% no primeiro trimestre, na comparação com igual período do ano passado.
“Começamos um processo de expansão das vendas no autosserviço do Rio Grande do Sul para Santa Catarina e Paraná. Havia previsão de começar a fazer a venda em bares também. Mas esse processo foi parado com o isolamento social. Só não sofremos o impacto da pandemia porque ainda não estávamos nos bares. Com isso, as vendas seguiram em expansão”, afirmou Eduardo Bier, presidente da cervejaria.
A Dado Bier mantém o plano de construção de uma nova fábrica em Três Cachoeiras (RS), atualmente em fase de terraplanagem. A fábrica está orçada em R$ 105 milhões e terá capacidade para produzir 60 milhões de litros de bebidas por ano, ante uma capacidade atual de 20 milhões de litros por ano. A previsão da companhia é que a nova cervejaria entre em operação em 2021. “Houve um atraso de uns dez dias na obra por causa da quarentena, mas o trabalho já foi retomado”, disse Bier.
Outro exemplo de cervejaria em expansão mesmo na pandemia é a Flamingo Beer, fabricante artesanal carioca que mantém plano de triplicar a produção neste ano em relação a 2019. Para isso, a Flamingo fez uma parceria com a Ambev para produzir a seus rótulos na Cervejaria Bohemia, em Petrópolis (RJ).
Rafael Adour, presidente e fundador da Flamingo, disse que as vendas da companhia até março cresceram 15% em comparação com o mesmo período de 2019.
Além de atender 150 restaurantes e bares no Rio de Janeiro, neste ano, a companhia começou a distribuir sua marca em redes de supermercados fluminenses e tem planos de entrar no mercado paulista após a pandemia.
Em março e abril, a empresa sofreu com a queda nas vendas para estabelecimentos físicos, mas começou a vender em cinco novas redes de supermercados e a comercializar seus produtos nos sites da B2W. “As cervejarias que têm presença forte no autosserviço têm performado melhor”, disse Carlo Lapolli, presidente da Associação Brasileira da Cerveja Artesanal (Abracerva).
Lapolli estima que o mercado de cerveja como um todo apresente queda de 20% em volume vendido neste ano. O segmento de cerveja artesanal também deve apresentar retração, considerando que 60% da produção da categoria é de chopp, que é vendido apenas em bares e restaurantes. “A categoria de cerveja artesanal consegue um desempenho melhor porque as vendas são menos concentradas em bares”, disse Lapolli.
A associação vai realizar neste mês uma pesquisa com as empresas associadas para fazer a projeção de vendas do segmento para o ano
Fonte: VALOR ECONÔMICO
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