A pandemia do novo coronavírus chacoalhou o Grupo Big, uma das maiores redes de supermercados do País. Há exatamente um ano, a empresa controlada pelo fundo americano Advent e na época ainda usando a bandeira Walmart, anunciava a saída do comércio online, na contramão dos concorrentes.
A intenção era centrar esforços nas lojas físicas e reerguer a companhia. Mas, nesse meio tempo, eclodiu a pandemia e o projeto de volta ao varejo online teve de ser colocado em pé a toque de caixa. “Estamos finalizando um plano de 12 meses em três meses”, afirmou Fabiano Sant’Ana, diretor executivo do grupo.
Responsável pela área digital da companhia, o executivo egresso da Basf estava havia 40 dias na empresa, ainda em processo de integração, quando a pandemia eclodiu, em meados de março. Na época, ele tinha apenas um rascunho do plano para reinserir a empresa no varejo online – que rapidamente se concretizou. Até o final do mês que vem, 200 das 400 lojas vão estar integradas ao varejo digital. Hoje são 75 lojas físicas ligadas ao comércio online.
Big em casa
Batizado de “Big em casa“, o projeto inclui dois tipos de delivery e um drive-thru e contempla as bandeiras Big, Bompreço, Big Bompreço, Nacional, Mercadorama, MaxxiAtacado e Sam’s Club.
Um delivery é express, voltado para compras de pequenos volumes, 16 itens ou 9,8 kg, no máximo, e entregas em até uma hora. O outro delivery é para compras grandes, de abastecimento, com volume ilimitado. Neste caso, a entrega é em até um dia e com hora marcada.
Sant’Ana explica que o cliente entra no site do “Big em casa”, escolhe, no caso do delivery, a melhor proposta de entrega, de taxas e prazos, e é direcionado para um aplicativo específico. A companhia fechou acordo operacional com três empresas para fazer as entregas: a Cornershop (do Uber Eats), o iFood e o Supermercado Now (da B2W). Cada uma tem um contrato diferente e o Big paga às empresas de entrega uma comissão para atender ao cliente.
‘Lockdown’
A outra perna do projeto de varejo online é o drive-thru, chamado pela empresa de clique e retire. O cliente escolhe os produtos no site e marca horário de retirada na vaga de estacionamento da loja reservada para isso.
Segundo o executivo, não é preciso sair do carro, pois um funcionário coloca as compras no porta-malas e o cliente finaliza o pagamento, sem custos extras. “Esse fluxo inteiro, de entrada no estacionamento até a saída com o carro carregado, demora quatro minutos”.
O projeto do drive-thru começou a funcionar este mês na loja do Big do Pacaembu, na zona oeste da capital paulista. Para as próximas semanas, a meta da companhia é colocar em funcionamento o clique e retire em 17 lojas em Recife (PE) e em Salvador (BA).
“Estamos nos concentrando no Nordeste por causa das cidades que já estão em ‘lockdown’ ou em risco de entrar em isolamento total”, disse Sant’Ana.
Cidades do Maranhão e do Estado de São Paulo, onde a empresa tem loja e a situação da pandemia é bem crítica, também terão drive-thru, assim como as capitais do Sul. Tanto no delivery como no drive-thru os cerca de 15 mil itens oferecidos, que incluem frutas, verduras, legumes e itens de padaria têm o mesmo preço das lojas físicas.
O executivo não revela os investimentos no projeto online, mas diz que as cifras são pequenas. O que mais contou foi a rapidez para virar a chave. Para isso, foi feito um mutirão com equipes de outras áreas da companhia que estavam com baixo volume de serviço por causa da pandemia, como a de projetos estratégicos.
Fonte: Mercado e Consumo
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