O grupo Carrefour registrou expansão de 14,7% nas vendas líquidas no segundo trimestre, para R$ 15,9 bilhões, acima do projetado pelo mercado, que já contabilizava em suas estimativas o efeito do aumento da demanda após a pandemia. Houve ganhos de margem no varejo e no atacado - ponto de atenção de analistas após a queda no primeiro trimestre. O lucro líquido cresceu além do estimado pelo mercado, apesar da piora nos números do banco do grupo.
No embalo da corrida às lojas por parte dos consumidores, a venda se acelerou - pelo critério “mesmas lojas”, que considera pontos existentes há mais de um ano, o avanço foi de 30,3% no varejo (o UBS projetava 15% e o Goldman Sachs, 8%). No Atacadão, a operação de atacarejo do grupo, houve alta de 8,6% (UBS esperava 7,3% e Goldman, 7,9%). A possibilidade de repetir o crescimento de 30% no varejo parece remota, sinalizou ontem o diretor financeiro Sébastien Durchon. Mas ele crê em taxas fortes mesmo com a perspectiva de deterioração econômica.
“Julho veio na mesma tendência de junho e não vai mudar muito. Será um terceiro trimestre forte. Sobre o quatro trimestre, ainda está distante para termos clareza maior”, disse. Especialistas tentam hoje projetar o tamanho do impacto da recessão no varejo alimentar em 2020 e 2021. “Nem todo mundo vai voltar do ‘home office’, e ainda teremos demanda grande por alimentos em casa”, acrescentou o executivo.
Após subida mais forte de certas despesas no início do ano (máscaras, álcool em gel etc), esses gastos pesaram menos no segundo trimestre, com efeito positivo na margem de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda). Essa taxa subiu de 8,1% para 9% (consolidado).
O braço online e os hipermercados se destacaram no período. Nos hipermercados, a rede começou a mudar a forma como faz promoção. Reduziu o número de itens ofertados, mas estendeu o prazo da promoção. Isso tende a reduzir picos de ofertas no fim de semana. “Já planejávamos fazer isso antes da pandemia. Traz um equilíbrio de promoções e é algo que pretendemos manter”, disse Durchon.
O executivo afirmou que em junho a operação digital de varejo alimentar atingiu equilíbrio entre receitas e despesas (“break even”). A fatia das vendas on-line na receita do segmento alimentar como um todo atingiu 8% (era menos de 2% um ano atrás). Questionado se isso poderia se desacelerar, o executivo não vê espaço para queda.
Como esperado por analistas, o braço financeiro desacelerou. O faturamento do Banco Carrefour foi de R$ 7,9 bilhões, praticamente estável sobre 2019, refletindo a adoção de uma política de crédito mais restritiva na crise.
Com informações do portal Valor Econômico
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