Extra apoia microempreendedoras negras impactadas pela Covid-19
06/10/2020 às 10:38
Segundo uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), divulgada em 03 de agosto, as mulheres negras empreendedoras são o público mais afetado pela pandemia do novo coronavírus entre todos os grupos de empreendedores brasileiros. Elas têm maior dificuldade de se adaptar ao ambiente virtual e conseguir empréstimos bancários em razão do CPF negativado. Ainda de acordo com a pesquisa, 36% das empreendedoras negras seguem com as atividades interrompidas.
Motivados para a mudança desse cenário, e por acreditarem na importância e no potencial de transformação que esses empreendimentos e essas mulheres têm na vida de outras mulheres, em seus territórios, comunidades e em toda a sociedade, a rede Extra, por meio do Instituto GPA, em parceria com a Fundação Tide Setúbal, selecionou 17 empreendimentos de mulheres negras para serem apoiados.
O apoio faz parte do projeto Empreendedoras Periféricas, que busca fortalecer as iniciativas econômicas de mulheres negras e a manutenção dos seus empreendimentos no cenário da Covid-19, por meio de aporte de recursos financeiros e formações.
"Esperamos com essa parceria que as 17 mulheres selecionadas possam dar continuidade aos seus negócios, fortalecendo outras mulheres e potencializando as narrativas periféricas de gênero e raça. Dessa forma, contribuímos para o desenvolvimento, não só de seus negócios, mas também fortalecemos as redes de apoio e o desenvolvimento da própria comunidade." afirma Susy Yoshimura, Diretora do Instituto GPA.
Uma das empreendedoras selecionadas é a Suelli Conceição, bióloga e proprietária da YA OMI, empresa de fitocosméticos naturais que gera renda nas comunidades, divulgando e fortalecendo uso da flora local, promovendo a sustentabilidade, a sustentação cultural, social, econômica e ambiental. "Como dona de uma empresa de cosmética natural artesanal, uma microempreendedora, não teria forma alguma de sustentar nesse processo de pandemia sem o suporte oferecido pelo projeto para fazermos o capital de giro e conseguirmos atender o maior número de mulheres que fortalecem a iniciativa. Esse apoio é muito importante para conseguirmos manter as nossas atividades emergenciais, garantindo a nossa produção, e o fortalecimento da nossa cultura que é o fomento do auto cuidado", disse.
Para Hellen Caroline dos Santos Sousa, fundadora de um negócio da comunidade de Fazenda Coutos, na Bahia, que produz o EcoCiclo, um absorvente 100% biodegradável, o projeto é um fôlego em meio a um momento tão delicado. "Por conta desse recurso vamos conseguir colocar em prática grande parte do nosso planejamento que estava suspenso por conta do Covid-19", disse.
O aporte, de até R$9 mil por negócio, será dividido em três meses. Além disso, as empreendedoras receberão capacitações técnicas online sobre comunicação e educação financeira.
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