Com o aumento do nível de exigência dos consumidores e da demanda por alimentos saudáveis, grandes grupos como Walmart Brasil, Carrefour e Pão de Açúcar estão investindo em projetos de rastreabilidade de produtos. Pesquisa realizada este ano pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), em parceria com o Ibope, sinaliza que o acesso a frutas, legumes, verduras e carnes frescas é a principal prioridade do consumidor nas lojas, atrás apenas do preço baixo.
As ações de rastreabilidade pretendem disponibilizar para os clientes mais informações sobre as mercadorias, incluindo origem, composição e manuseio. Também funcionam para controlar o "caminho" dos alimentos, desde o produtor até as gôndolas. Envolver os pequenos produtores, mais carentes de recursos tecnológicos, é um dos principais desafios do setor.
As ações de rastreabilidade pretendem disponibilizar para os clientes mais informações sobre as mercadorias, incluindo origem, composição e manuseio. Também funcionam para controlar o "caminho" dos alimentos, desde o produtor até as gôndolas. Envolver os pequenos produtores, mais carentes de recursos tecnológicos, é um dos principais desafios do setor.
Para Márcia Rossi, gerente nacional de qualidade e segurança dos alimentos do Walmart Brasil, com 450 lojas, iniciativas que visam identificar a origem dos produtos podem ajudar as marcas a conquistar maior confiança do consumidor. "Ele precisa ter segurança para comprar de olhos fechados", diz. Se o cliente leva para casa um melão fatiado, deve saber de onde veio a fruta e quando foi manuseada, afirma.
Entre as iniciativas de rastreabilidade do grupo está o programa "Pecuária + Sustentável", criado para garantir que toda carne bovina comprada pela marca no Brasil não tenha contribuído para o desmatamento da Amazônia. As mercadorias ganham o selo "Carne 100% Monitorada".
No ano passado, o Clube dos Produtores do Walmart Brasil completou 15 anos. Lançado em 2002, apoia a agricultura familiar, com o objetivo de oferecer a pequenos e médios produtores rurais mais oportunidades no grande varejo. No final de 2016, 14% das hortaliças da marca foram compradas diretamente de agricultores ligados ao programa, segundo a empresa.
Júlia Carlini, gerente de qualidade e segurança alimentar do Carrefour, afirma que a rede aderiu ao Programa de Rastreamento e Monitoramento de Alimentos (Ramas) em 2014. O movimento, que engloba frutas, legumes e verduras foi idealizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e suas filiadas estaduais. Tem como meta supervisionar, por meio de análises técnicas, o limite legal da aplicação de defensivos agrícolas nos produtos. Começou com um projeto piloto em 2009 e hoje reúne 47 varejistas. O número de fornecedores acompanhados passou de 150, em 2013, para 984, em 2017. Dos itens rastreados, a maior parte, ou 44,6%, vêm da região Sul, seguida do Sudeste (34,7%).
No ano passado, o Carrefour foi eleito pelo Ramas a rede que melhor rastreou alimentos no Brasil. A companhia usa QR Codes (série de códigos em uma imagem quadrada) para identificar a origem e o destino das mercadorias. Desde 2014 mantém um mapeamento de risco que identifica resíduos não autorizados nas ofertas. "Oitenta e dois por cento dos nossos fornecedores já aderiram", diz.
(Fonte: Valor Econômico)
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