O GPA, dono das redes Pão de Açúcar, Extra e Assaí, vai acelerar as suas iniciativas na área digital, com boa parte dessas ações concentradas em 2021. O movimento ocorre enquanto líderes no varejo on-line - B2W, Magazine Luiza, Amazon e Mercado Livre - avançam sobre as vendas dos supermercados após a pandemia.
Em evento ontem, o GPA disse que começará a oferecer serviços logísticos para os vendedores de seu marketplace (shopping on-line) no primeiro trimestre de 2021, e também vai lançar a sua carteira digital, ainda sem data, informou Jorge Faiçal, presidente do braço de varejo do grupo. Tratam-se de pacotes de serviços que o lojista parceiro pode contratar, que incluem opções como armazenamento em centros de distribuição, entrega de mercadorias e propaganda no canal on-line.
O grupo também estuda a monetização de dados para ações de mídia com lojistas em sua plataforma digital. Para cada vendedor hospedado na plataforma, poderá ter ações de marketing específicas, que se cruzarão com o perfil de cada consumidor que acessa o site.
No modelo de marketplace, a dona da plataforma recebe um percentual sobre a venda das mercadorias on-line. No comércio alimentar, essa taxa tem variado de 10% a 15%, mas a competição tem levado a espécie de “promoções” pontuais nessa cobrança.
Semanas trás, o Magazine Luiza disse a analistas que a categoria alimentar é a que mais cresce na empresa, e que já está armazenando produtos de supermercados em suas lojas, para entrega de pedidos on-line. Em janeiro, a B2W (dona de Americanas.com e Submarino) comprou a plataforma Super Now, que hospeda lojas de supermercado, e durante a pandemia fechou acordo com o Grupo Big (exWalmart).
No GPA, o marketplace começou a funcionar neste mês, com cerca de 100 lojistas, nas plataformas do Clube Extra e do Pão de Açúcar. São vendidos produtos para “pet”, brinquedos, itens de decoração, entre outros. Há 170 novos contratos em negociação. Em três meses, o plano é ter cerca de 30 mil itens adicionados e 400 mil em 12 meses. Em 2020, a empresa projeta vendas transacionadas on-line (da sigla em inglês, GMV), de R$ 1 bilhão a R$ 1,2 bilhão.
Para efeito de comparação, o Carrefour, com marketplace desde 2016 - mas ainda sem oferecer serviços - tem 3,5 mil lojistas parceiros e vendeu por meio da plataforma cerca de R$ 480 milhões em itens de supermercados até setembro. Em alimentar e não alimentar (eletrônicos, informática etc), o Carrefour teve um GMV de R$ 2,3 bilhões até setembro.
O GPA não vai vender eletrônicos na plataforma neste momento, e se concentrará em itens de supermercados e hipermercados. “Não teremos milhões de ‘sellers’ no ano que vem, mas nossa ideia são centenas de milhares, e de redes grandes”, disse Faiçal.
Sobre rentabilidade do negócio, o executivo mencionou que a margem de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação ajustada (sem contar outras despesas e receitas) está em 8% no GPA Alimentar no terceiro trimestre, e que, no digital, está acima disso, afirmou, sem abrir o índice.
O grupo ainda avalia a abertura de sua loja virtual em marketplaces de outras empresas. “Não temos decisão, mas não temos preconceito, é uma possibilidade dentro de uma ideia de colaboração”, disse, ao ser questionado por analista sobre eventual acordo com Magazine Luiza ou Mercado Livre.
Fonte: Valor Econômico
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