A rede Assaí vai entrar no mercado de atacado de distribuição entre o segundo semestre e o começo de 2022 e passará a vender também on-line para empresas. Em 2020, a empresa faturou quase R$ 36 bilhões, alta de 29,3% sobre o ano anterior, com lucro líquido de R$ 1 bilhão, um avanço de 25%.
Hoje, a rede atua no modelo de atacarejo, vendendo a consumidores e também a companhias - os chamados transformadores, como bares, restaurantes e hotéis - em suas 180 lojas.
A decisão do Assaí de avançar com esse projeto foi tomada apenas agora porque a empresa preferiu avançar antes com o modelo de atacarejo até ganhar presença nacional. “Não queríamos entrar nas duas áreas ao mesmo tempo, preferimos por uma força maior no atacarejo, porque projetávamos que esse segmento ganharia força no país”, disse ontem o presidente do Assaí, Belmiro Gomes.
“Se fôssemos também operar no atacado de distribuição, parte dos investimentos iriam para isso, especialmente para a demanda de crédito que existe nesse braço de negócio. E teríamos que abrir mão de investimentos no atacarejo, em novas lojas, dividindo o foco”, afirmou.
O Assaí estuda ainda a entrada na venda on-line direta para empresas (de produtos de seu próprio estoque). Está descartada a abertura neste momento de uma operação de “marketplace”, que consiste na comercialização de itens de terceiros, ou de venda a consumidores.
Além do projeto, o grupo continua apostando na expansão de lojas. Em seu relatório de resultados do quarto trimestre, a rede prevê um número de inaugurações superior à média dos últimos anos: 28 unidades em 2021 e 25, em média, em 2022 e 2023. A publicação trimestral ocorreu dias antes do início da negociação das ações da rede na B3, na próxima segunda-feira. O Assaí iniciou o processo de cisão do GPA em 2020 e, na semana passada, a bolsa deferiu o pedido de listagem do papel da rede.
Gomes projeta um 2021 positivo, mesmo num ambiente de incertezas, pelo fato de a operação ter preços mais competitivos no mercado num momento em que a renda do consumidor está em queda. Mas a empresa ressalta também que o segmento de venda para empresas, como bares e restaurantes, continua afetado pelo “abre e fecha” dos pontos no país.
“É difícil fazer estimativas para o ano todo. Mas pelo que temos visto, o ‘food service’ ainda está devagar e as restrições de circulação [do setor de serviços] atrapalham. Há uma questão de confiança, porque essa empresa não sabe como a demanda voltará. Mas há fatores positivos, como o avanço da vacinação e os sinais hoje mostram o setor avançando bem já no começo do ano”, disse.
O executivo cita dados da consultoria Nielsen, que mostram atacado com vendas se expandindo 26,3% em janeiro, versus 16,6% nos supermercados grandes, 13,7% nos supermercados pequenos e 8,8% nos hipermercados.
Fonte: Valor Econômico
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