Por Gustavo Vanucci
O que chamou a atenção nesta edição da NRF foram os avanços das atividades do varejo. Antes a lógica do varejo era comprar, armazenar e revender. Agora além de produtos o varejo entrega serviços. Ele percebe e capta a demanda, vende, processa e entrega, consolidando uma verdadeira mudança de paradigma com a sua audiência.
Uma prova disso foi a apresentação do presidente e CEO da Tractor Supply, Hal Lawton, que conversou com a Courtney Reagan da CNBC, sobre a migração das pessoas da cidade para o campo e o impacto nos seus negócios.
Segundo o CEO, sua empresa vivenciou o crescimento de participação no programa de fidelidade e o foco na jornada omnichannel, tantas vezes debatida nesta edição e concluiu que daqui em diante o desafio será manter a frequência de compra e a excelência do serviço. A “nova família” que migrou para o campo em busca da melhoria na qualidade de vida e saúde, traz na sua bagagem a facilidade e a conveniência da experiência obtida nos grandes centros.
Com relação ao setor supermercadista, destaque para o bate papo sobre o avanço das relações direct to consumer (D2C) que estão perturbando os varejistas tradicionais. A palestra foi realizada pela VP de Varejo da Natura, Paula Andrade e a CMO Global da Alpargatas/Havaianas, Fernanda Romano. Entre os benefícios destacados nesta relação estão o melhor posicionamento dos produtos e o estreitamento das relações diretas com o consumidor, renovando um ciclo de feedbacks importantes para captar os sinais e promover as adequações em produtos e serviços. Apesar de serem do segmento de moda, a palestra traz reflexões importantes sobre o novo papel do varejo em 2030.
Finalizando, a NRF CONVERGE convidou os Presidentes do Alibaba, J. Michael Evans e a da DVF, Diane Von Furstenberg, mediados pelo fundador e responsável da TJL Consulting Advisors, Terry J. Lundgren, que debateram sobre o tema principal “a inovação do varejo”, com ênfase no varejo da moda e sobre o “novo comportamento do consumidor Chinês” que estão viajando cada vez mais, principalmente para Europa, em busca de produtos de luxo.
A conclusão é que varejo da atualidade precisa criar uma sistemática para captar sinais do consumidor e colocá-los em prática, aumentando a percepção de valor e monitorando os novos comportamentos. E você, supermercadista, o que está fazendo para captar sinais sobre o comportamento de compra dos seus clientes? E dos não clientes?
Chego neste último dia da NRF 2021, refletindo sobre a necessidade de mudar alguns pontos do varejo:
1. A primeira mudança remete as relações humanas entre os colaboradores e a direção e o atendimento ao cliente, seja no ambiente físico ou digital.
2. A segunda mudança está na priorização dos processos e inclusão de tecnologias visando otimizar os recursos sem piorar a percepção de valor do cliente, principalmente nas plataformas do e-commerce como também nos home services do varejo.
3. A terceira e última são as experiências reais que os consumidores vão experimentar no retorno às lojas físicas com a chegada do verão no hemisfério sul, principalmente nos segmentos do varejo que estão investindo em tecnologia, pessoas e experiência de compra.
É neste ponto que despeço desta cobertura, fazendo com que você, membro da comunidade supermercadista, perceba o porquê do varejo de alimentos e bebidas (grocery) ser ainda considerado pelos especialistas, como o menos digitalizado.
Será que esta imagem vai se tornar uma identidade? Principalmente agora, com as novas experiências de compras oriundas das relações com os segmentos de moda, turismo e entretenimento somado a necessidade da indústria em aumentar a sua presença nos lares brasileiros.
Neste ponto o seu supermercado será causa ou consequência deste movimento?
Veremo-nos em breve, na próxima edição da National Retail Fair, que acontecerá em janeiro/2022 e que tudo indica será presencial, ou quem sabe híbrida. See you later.
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