O consumidor brasileiro continua cauteloso com o momento econômico atual, embora exista uma expectativa de melhora em um futuro próximo. Dados apurados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que o Indicador de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 2,3 pontos em maio ante janeiro de 2018, atingindo 41,3 pontos contra 43,6 do início de 2018.
Na comparação com o último mês de abril, quando o indicador marcou 42,0 pontos, também houve uma pequena queda, enquanto no mesmo período do ano passado foi registrado um índice de 41,5 pontos. Pela metodologia, a escala do indicador varia de zero a 100, sendo que resultados acima de 50,0 pontos demonstram a prevalência de otimismo entre os consumidores e abaixo dessa marca mostra pessimismo.
“Os dados comparativos ainda não mostram uma evolução dos dados de confiança nos últimos meses. Isso ocorre porque a retomada lenta da economia ainda não é percebida pelo brasileiro, que se mantém extremamente cauteloso para comprometer sua renda. Mas a expectativa é de que a confiança acompanhe o ritmo de melhora do mercado de trabalho”, afirma o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.
Pessimismo
O levantamento mostra que 79% dos brasileiros avaliam a situação econômica do país como ruim ou muito ruim. Para 19%, o desempenho é regular e apenas 1% consideram o cenário positivo. Entre os que estão pessimistas com relação ao momento atual, a principal explicação é o desemprego elevado, citado por 65% dos entrevistados. Em seguida, aparece o aumento de preços dos produtos e serviços, com 56%, enquanto 39% dos consumidores mencionam os altos juros.
Além disso, os consumidores citaram o endividamento (21%), o desemprego (17%) e a queda da renda (13%). Apenas 3% dizem que nada tem pesado sobre sua vida financeira familiar. “O custo de vida continua pesando na vida dos consumidores porque ainda não houve uma recuperação da renda e o desemprego mantém índices altos”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Além disso, 43% dizem ter ao menos um desempregado dentro de casa.
A sondagem também ouviu os brasileiros para saber o que eles esperam do futuro da economia para os próximos meses. Quatro em cada dez consumidores (41%) declaram que estão pessimistas. Na outra ponta, apenas 14% mostraram otimismo e 37% dizem não estar pessimistas nem otimistas. Entre os consumidores pessimistas, a maior parte (66%) cita a corrupção como maior entrave para o desempenho do país.
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