Supermercados mineiros crescem em 2021 menos do que o projetado
22/03/2022 às 08:50

O setor supermercadista mineiro encerrou o ano de 2021 com crescimento real de 3,10%. É o que registra o Termômetro de Vendas, pesquisa mensal da Associação Mineira de Supermercados (AMIS), referente a dezembro, com empresas de todos os portes e em todas as regiões do estado.

Na comparação com o mesmo mês de 2020, o resultado foi positivo em 5,29%. Em relação a novembro, o desempenho chegou a 22,02%. Esta última variação reflete a influência das vendas ocasionadas pelo Natal e todo o final de ano. Os dados estão deflacionados pelo IPCA/IBGE.  

No acumulado do ano, os resultados podem ser atribuídos à melhora da economia do País, com o avanço da vacinação que propiciou a melhoria dos níveis de emprego. Outro fator que contribui com a maior demanda nos supermercados foram os auxílios financeiros pago pelos governos federal e estadual e em alguns municípios, já que, para muitos consumidores, se tornou a principal ou única fonte de renda.

O crescimento real de 3,10% em 2021 reflete também a robustez de um segmento dinâmico e tão essencial no dia a dia da população e que não parou de investir para melhor atender o consumidor. “Ao longo do ano, os supermercados mineiros, mesmo diante de tantas incertezas, mantiveram os investimentos em novas lojas, em reformas e ampliação e no treinamento das equipes”, analisa o Presidente Executivo da AMIS, Antônio Claret Nametala. “Os supermercados precisaram ajustar o atendimento às demandas, que têm mudado com muita rapidez. Com a renda menor, o consumidor tem buscado mais promoções e está mais atento a preço, mas sem deixar de exigir qualidade”, completa o executivo.

Base alta, custos e pandemia

Analisando o crescimento real de 3,10% em 2021, é importante levar em conta que foi um desempenho sobre a base alta de comparação, de 10,97%, em 2020. Adicionalmente, os efeitos da pandemia, principalmente no primeiro semestre, trouxeram muitas incertezas e até fechamento de lojas por decretos municipais em algumas cidades, como forma de conter o avanço do vírus.

Além do consumidor final, a alta nos preços dos alimentos impacta diretamente os supermercados. Como não é o definidor do preço final dos produtos, o setor precisa ajustar esses aumentos à suas estratégias comerciais, o que afeta todo o planejamento e suas margens, um fato verificado ao longo de 2021.  “Foi um ano muito desafiador para o segmento pelas altas dos custos de forma geral, tanto na operação de loja quanto dos produtos, o que obrigou o setor a trabalhar com margens ainda mais apertadas”, aponta Claret. “Por tudo isso, esse resultado de 3,10%, diante do cenário de economia ainda em recuperação, pode ser considerado satisfatório”, conclui.

O crescimento está abaixo do que a AMIS projetou no início de 2021, que era de 4,20%. No entanto, naquela época, essas projeções levaram em conta um cenário com a Covid já praticamente superada e a retomada mais forte da economia durante o ano. Mas o repique dos casos de contaminação, principalmente no primeiro semestre, acabou afetando toda a economia, com reflexos diretos no desempenho do setor supermercadista.

A variação da renda do consumidor também influenciou nos resultados. Embora os níveis de emprego tenham apresentado melhora, os salários ficaram aquém desse crescimento da ocupação. “Dessa forma, o setor teve um desempenho positivo, mas abaixo do que projetamos inicialmente”, explica Claret. 

Variação regional

Entre os principais destaques na variação regional, o melhor desempenho ocorreu na Central, com 5,21% no acumulado do ano, seguido do Triângulo/Alto Paranaíba com 4,18%. São duas regiões que, pela pujança e diversidade da atividade econômica, sempre se destacam na pesquisa.

No Sul, o setor apresentou retração de 1,63%. Em 2021, a região foi das mais afetadas por decretos municipais que restringiram o funcionamento do setor por motivo da pandemia. Além disso, a atividade turística que é forte também continuou afetada. Houve ainda o forte impacto na agricultura, principalmente a cafeeira, por eventos climáticos, como a geada, o que ocasionou grandes perdas em toda a economia sul-mineira.

Mudança da pesquisa em 2022

A partir deste ano (2022), quando divulgados os resultados do primeiro bimestre, a pesquisa passa a focar o Índice de Consumo nos Lares Mineiros. A nova pesquisa segue metodologia nacional da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), que foca a demanda e não a oferta nos supermercados.

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