Indústria e comércio mostram otimismo
10/07/2018 às 10:55

Apesar das incertezas acerca do desempenho da economia brasileira no restante de 2018, representantes da indústria e do comércio de Minas Gerais estão otimistas com o desempenho dos negócios no decorrer do segundo semestre. As vendas na primeira metade deste ano surpreenderam e as encomendas para o período tradicionalmente mais aquecido, que vai de julho a novembro, já começaram a chegar.

Na Vilma Alimentos, sediada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), por exemplo, a expectativa é de um incremento de 8% nas vendas no acumulado deste exercício sobre o anterior. A justificativa para tamanho otimismo, segundo a gerente de marketing da indústria alimentícia, Paula Carolina de Carvalho, diz respeito ao ritmo alcançado pela empresa ao longo da primeira metade de 2018.

“Mesmo com o aumento do custo do trigo e do dólar, que impactam diretamente o preço de alguns dos nossos produtos, esperamos manter o ritmo de crescimento que conquistamos no primeiro semestre. E para sustentar essa expectativa, vamos otimizar nossa capacidade produtiva e investir no lançamento de produtos”, resumiu sem, no entanto, revelar o montante a ser investido.

Com atuação no mercado nacional, a Vilma produz atualmente 20 mil toneladas de alimentos por mês. São aproximadamente 2 mil funcionários diretos e 26 mil clientes. Além da matriz em Contagem, a empresa possui outras sete unidades: Montes Claros, no Norte de Minas; Juiz de Fora (Zona da Mata) e São Gotardo (Alto Paranaíba), além de Viana (ES), Rio de Janeiro (RJ), Feira de Santana (BA), e Cambé (PR).

Da mesma maneira, na Modelitos Confecções Ltda (Alphorria), especializada em moda feminina, instalada no Prado, na região Oeste de Belo Horizonte, o fluxo de vendas do primeiro semestre somente foi interrompido no final de maio e início de junho, em função da greve dos caminhoneiros e da Copa do Mundo de futebol.

Ainda assim, conforme a representante do de marketing da empresa, Wanessa Cabidelli, os números se mantiveram satisfatórios. “A coleção de primavera fez muito sucesso em nossos dez showrooms espalhados pelo País. Esses dois eventos impactaram um pouco o desempenho, mas não de maneira que invertesse a curva de crescimento”, afirmou.

Agora a empresa deu início à coleção de verão e espera que os pedidos de fim de ano, voltados também para a melhor época em termos de vendas – o Natal – ajudem a incrementar ainda mais os negócios. “Com o cenário econômico adverso, os lojistas estão buscando produtos com boa saída. Eles não estão investindo mais em grandes estoques e buscam diferenciais como estilo, qualidade e conceito”, justificou..

Em relação ao desempenho no encerramento de 2018, Wanessa Cabidelli disse que ainda é cedo para estimar, mas garantiu que deverá ficar acima do registrado no ano anterior.

VENDAS ON-LINE AQUECEM O MERCADO

Assim como alguns setores da indústria, que se mostraram satisfeitos com os resultados do primeiro semestre e otimistas em relação aos próximos meses, também no varejo há boas perspectivas.

A proprietária da loja de roupas Ypslon, Joyce Rocha, é enfática ao dizer que o crescimento de seu negócio neste exercício deverá chegar a 50% sobre 2017. Somente de janeiro a junho o incremento chegou a 30% em relação a mesma época do ano passado. “Eu falo e as pessoas não acreditam, mas pareço estar vivendo em outro Brasil, pois não vejo crise. Tanto que inaugurei minha loja no bairro Castelo no ano passado e até o fim do ano pretendo abrir mais uma unidade na Capital, desta vez, na região central da cidade”, adiantou.

Além do ponto físico, a loja especializada em moda feminina vende no atacado e varejo também pelo site e por redes sociais. Na avaliação da empresária, o diferencial do negócio está na diversificação dos produtos e no preço baixo. “Somos um polo de São Paulo instalado em BH com preço competitivo”, destacou.

Tamanha a aposta de Joyce Rocha no desempenho das vendas nos próximos meses que nem mesmo as incertezas quanto ao período eleitoral, que se aproxima, será capaz de impactar seu crescimento. “O movimento das vendas on-line já é crescente, assim como o movimento na loja. Comecei com quatro caixas e hoje já tenho oito”, completou..

Da mesma maneira, a proprietária da Rafaella Rocca Calçados aposta em aumento das vendas nos próximos meses na comparação com o ano passado. Segundo ela, no primeiro semestre de 2018 o desempenho já foi cerca de 20% melhor e é possível que no restante o exercício o incremento se mantenha.

“Agora que acabou a Copa do Mundo (para os brasileiros) as pessoas voltarão à realidade e a tendência é que o consumo aumente ainda mais. No nosso caso, alguns diferenciais como preço competitivo e promoções sazonais de fim de ano deverão ajudar ainda mais”, destacou.
A empresa, que comercializa calçados femininos, masculinos e bolsas, possui loja física no bairro Caiçara e também realiza vendas pelo site e redes sociais.

Estabilidade

Já na Padaria Panecito, no Grajaú, as expectativas não são tão favoráveis. De acordo com o proprietário, Welson Senna, na melhor das hipóteses, o resultado será equivalente ao de 2017. “Desde 2014 os negócios não vêm bem. A cada ano, por mais que busquemos diferenciais, produtos novos ou redução de custos, o negócio não cresce e fica cada vez mais difícil empreender neste País”, reclamou.

Segundo ele, no ano passado, as vendas foram boas até agosto, depois só caíram. Em 2018, começaram ruins em janeiro e melhoraram de fevereiro em diante. “De qualquer forma, estamos com as vendas estagnadas e espero manter este ritmo para conseguir manter o negócio em pé no ano que vem”, concluiu.

(Fonte: Diário do Comércio)

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