Pesquisa aponta hábitos de consumo e reflexões para o mercado de cervejas
01/12/2022 às 10:34

O quão valioso é para um mercado conhecer o hábito de consumo de seu público? Sem a pretensão de achar respostas definitivas, mas com o objetivo de colaborar com as tomadas de decisão do setor cervejeiro nacional e provocar reflexões, os criadores do podcast Surra de Lúpulo, Ludmyla Almeida (do perfil @IPAcondriaca) e Leandro Bulkool, promovem desde 2020 a pesquisa Retrato dos consumidores de cervejas.  

A pesquisa aconteceu durante o mês de agosto e contou com dois questionários — um para as pessoas que bebem exclusivamente cervejas populares (como Brahma e Heineken) e outro para quem também bebe as artesanais —, que abordaram temas como perfil demográfico, ocasiões de consumo, local de compra e gasto mensal. Ao todo, 4.388 pessoas responderam às perguntas.  

No geral, entre as pessoas que bebem tanto cervejas comuns quanto artesanais, a pesquisa aponta que a decisão de compra é principalmente motivada pelo estilo, seguido pela relação custo-benefício, pelo preço e por indicações de amigos. Isso vai ao encontro da informação sobre o gasto deste grupo, no qual 35,75% afirma ter um custo mensal entre R$ 201 e R$ 400. Já entre os que só consomem cervejas comuns, 29,82% disseram gastar até R$ 100 por mês. 

A pesquisa confirma que a cerveja é conhecida por ser uma bebida social. O maior percentual de consumo é entre amigos, independentemente do sexo do respondente, chegando a 85%. Os homens tendem a tomar mais cerveja sozinhos (61%) do que as mulheres (50%). 

Sobre a ocasião de consumo, quanto mais "especial", mais pessoas optam por beber cerveja artesanal, assim como em aniversários e jantares românticos. Porém, em eventos esportivos, shows, boates e churrascos, a opção mais marcada foi “tanto faz”.  

Para a compra, os locais preferidos são bares ou lojas especializadas, seguidos pelos supermercados. Os brewpubs e fábricas aparecem como a terceira opção. Aqui há uma inversão com relação à pesquisa de 2021, onde os supermercados apareciam em primeiro lugar, seguidos dos bares e lojas. Os brewpubs seguiam em terceiro. 

Sobre o não consumo de cervejas artesanais, a principal razão apontada é a falta de informação sobre o produto (39,72%), e não o preço (24,82%). Além disso, 58,13% dos consumidores têm entre 36 e 55 anose o nível de escolaridade de 68,01% deste consumidor, têm curso superior completo, sendo que 31,69% dessas pessoas também são pós-graduadas. Porém, de acordo com a pesquisa, a cerveja artesanal ainda constitui um universo majoritariamente masculino (73,56%).  

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