A melhora das vendas no segundo trimestre da operação do Grupo Pão de Açúcar que apresenta maiores dificuldades - o braço de supermercados e hipermercados - indica que o novo comando pode ter conseguido dar novo ritmo ao negócio, segundo analistas.

As vendas "mesmas lojas" (pontos com mais de um ano em operação) do Extra e Pão de Açúcar subiram 5,3% no intervalo, informou o GPA na sextafeira. De janeiro a março, o índice havia caído 2%.

As vendas líquidas (atacado e varejo) subiram 10,4%, para R$ 11,7 bilhões, em linha com o projetado pelo BTG Pactual, mas acima da previsão do J.P.Morgan.

"O destaque positivo foi a recuperação mais forte que o esperado na divisão de varejo [Extra e Pão de Açúcar], mostrando que as medidas iniciais tomadas pelo novo CEO [Peter Estermann, desde abril no GPA] está colocando o negócio de volta em uma trajetória de crescimento", escreveu o analista do UBS, Gustavo Oliveira.

No relatório de vendas, a empresa destacou "o dinamismo das ofertas, a ampliação da visibilidade das promoções e as ativações promocionais assertivas". É algo que já vinha ganhando corpo desde março, quando a empresa identificou demanda mais fraca e decidiu ser mais agressiva, diz fonte.

Para a equipe do Citi, Extra e Pão de Açúcar foram menos afetados que o Assaí pela paralisação dos caminhoneiros. A equipe ressalta que o avanço de 4,7% nas vendas líquidas "mesmas lojas" do Assaí ficou abaixo de outros trimestres, devido à base de comparação forte. Desta taxa de 4,7%, 2,2 pontos vieram de conversões de lojas, de Extra em Assaí. Quando se muda a marca de uma loja, as vendas geralmente sobem.

No Assaí, houve o efeito da desativação, em maio, de dois centros de distribuição para um novo CD. Apesar desse efeito na rede de atacarejo, o BTG diz que iniciativas no braço de varejo para ganhar competitividade e interromper a perda de mercado, investindo em ações comerciais, devem ajudar a compensar a deflação, garantindo a expansão da margem. A ação PN do GPA subiu 2,96% na sexta-feira.

(Fonte: Valor Econômico)