Após acumularem alta por cinco meses, de janeiro a maio deste ano, os preços da cebola apresentaram queda no atacado brasileiro em junho, segundo acompanhamento da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). De acordo com o órgão, a forte alta estimulou as importações do bulbo ao mesmo tempo em que o avanço da safra no Nordeste pulverizou a oferta no País.

O levantamento mostra que a desvalorização da cebola ficou entre 40,85% em Recife, Pernambuco, e 10,88% em Goiânia, Goiás. Em São Paulo, houve queda de 13,04% nos preços praticados na Ceagesp, maior entreposto de comercialização do país.

Durante os seis primeiros meses do ano, o Brasil importou 115,64 mil toneladas de cebola, avanço de 251,9% ante o observado em igual período do ano passado, segundo dados da secretaria de comércio exterior. Os volume registraram maior avanço nos meses de abril e maio, quando ultrapassaram as 34 mil toneladas.

“É possível que com a queda de preços em junho, e se mantendo a tendência de queda para os próximos meses, haja desestímulo às importações [de cebola] no segundo semestre, como aconteceu em 2016”, avaliou a Conab.

Segundo o acompanhamento, as quedas foram de mais de 30% nas Ceasas do Rio de Janeiro (-35,32%), de Vitória, no Espírito Santo (-34,66%) e em Belo Horizonte, Minas Gerais (-30,68%). Na Ceagesp, em São Paulo, maior entreposto do país, a retração foi de 25,42%.

A maior oferta também pressionou os preços da batata no último mês, com desvalorização de 30,65% no Rio de Janeiro, 32,8% em Recife e de 23,35% em Fortaleza. Em São Paulo e Belo Horizonte, houve alta de 2,19% e 16,78%, respectivamente. O tubérculo está em fase de colheita, o que pressiona as cotações diante de uma produtividade média de 900 sacas por hectare, segundo o Cepea.

O maior rendimento das lavouras também pressionou o alface em junho, com queda nos preços de 23,9% em São Paulo e de 34,8% no Rio de Janeiro. “Esta queda de preço já é normal para esta época do ano. A partir de junho as condições de produção ficam mais favoráveis”, informa a Conab.

O desenvolvimento da hortaliça, segundo a Conab, tem sido beneficiado pela estabilidade das condições climáticas, com diminuição das chuvas e temperaturas mais amenas — situação que se repete para a produção de cenoura.

“Em vista desta normalidade das condições de produção, a oferta de cenoura no mercado deve aumentar, com previsão por conseguinte de queda de preço”, aponta o órgão. Em junho, o preço médio da cenoura apresentou queda de 15,28% em São Paulo e de 24,15% em Belo Horizonte. Em Goiânia, a desvalorização chegou a 41,39%.

(Fonte: Valor Econômico)