A Copa do Mundo ajudou a Ambev a compensar o impacto negativo da greve dos caminhoneiros sobre as vendas no segundo trimestre deste ano. A líder de mercado conseguiu aumentar em 1,7% o volume de cerveja vendido e elevar a receita líquida no Brasil em 9,3%, para R$ 5,8 bilhões. Os resultados impulsionaram as ações da companhia ontem na B3: os papéis fecharam em alta de 5,24% - a maior valorização da bolsa, num dia em que o Ibovespa encerrou o pregão em queda de 1%.
Carlos Brito, presidente da controladora Anheuser-Busch InBev (AB InBev) afirmou, em teleconferência com investidores pela manhã, que sem a greve dos caminhoneiros, o aumento no volume de cerveja vendido no Brasil teria superado 4%.
O executivo considerou positivo o desempenho da companhia no país e destacou o crescimento forte nas vendas das marcas Budweiser e Brahma, principalmente, como resultado de ações de marketing relacionadas ao Mundial de futebol. Encerrado em 15 de julho, o evento esportivo ainda deve ter impacto positivo nos números do terceiro trimestre, segundo o grupo.
"No Brasil, o primeiro trimestre foi difícil, o segundo trimestre foi bem melhor. Vejo oportunidades boas no segundo semestre", disse Brito. Ele também afirmou que, embora haja uma tendência de melhora do consumo no país, ainda há instabilidade no ambiente macroeconômico.
"Acredito que haverá um cenário macroeconômico mais claro a partir de agosto, quando a campanha eleitoral começa a ter propaganda diária na TV e nas rádios. Será possível ter uma visão melhor de qual candidato vai liderar a campanha. Mas espero ainda volatilidade no câmbio e na confiança do consumidor até outubro", acrescentou.
Mesmo assim, a companhia prepara reajustes de preços para o Brasil neste trimestre. Historicamente, a cervejaria eleva os preços no mês de setembro.
"A companhia vai fazer exatamente como fez no ano passado. O reajuste não vai ser igual, mas vai seguir a mesma regra, incorporando inflação e aumento de impostos", afirmou o presidente da Ambev, Bernardo Paiva, em teleconferência com analistas e investidores na tarde de ontem.
Paiva disse que vai trabalhar melhor a negociação de descontos com o varejo, para acelerar a expansão de vendas no terceiro trimestre, mesmo com preços mais altos. "Queremos ter certeza de que chegaremos ao consumidor com o preço certo."
No segundo trimestre, a receita líquida consolidada da Ambev, que considera também as operações nos outros países da América do Sul, na América Central e no Canadá, aumentou 12%, para R$ 11,5 bilhões. O desempenho foi ligeiramente superior à projeção de analistas de mercado consultados pelo que estimavam, em média, R$ 11,13 bilhões. A alta da receita também foi beneficiada pela exclusão do ICMS da base de cálculo de PIS e Cofins no Brasil.
No mundo todo, a AB Inbev elevou em 29% o lucro líquido no segundo trimestre, para US$ 1,9 bilhão, puxado pelas vendas das marcas Budweiser, Corona e Stella Artois. A receita global teve queda de 1,2%, para US$ 14 bilhões, com resultados fracos nos Estados Unidos. As ações da AB Inbev na bolsa de Bruxelas fecharam o pregão de ontem em queda de 4%.
(Fonte: Valor Econômico)
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