JBS inicia, em Florianópolis, as obras do seu centro de pesquisas em proteína cultivada
20/09/2023 às 15:14

A JBS, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, deu início às obras para a construção do JBS Biotech Innovation Center, o primeiro Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em proteína cultivada no Brasil. Previsto para ser inaugurado no final de 2024, o empreendimento ficará localizado dentro do parque de inovação Sapiens Parque, em Florianópolis (SC), e, segundo a empresa,  será o maior centro de pesquisa voltado para a biotecnologia dos alimentos no Brasil.

O JBS Biotech Innovation Center receberá um investimento de US$ 22 milhões, entre obras civis e aquisições de equipamentos, para a implantação dos laboratórios (fase 1) e da planta-piloto (fase 2), e contará com uma equipe científica de 25 pós-doutores, especialistas em diversas áreas, além de staff e pessoal de apoio administrativo.

 “Como líder global na produção de proteína, é nossa responsabilidade estarmos na vanguarda na indústria de alimentos. O JBS Biotech Innovation Center reforça a nossa aposta no setor de proteína cultivada, consolida nossa posição como uns dos principais players neste mercado tão promissor, e reforça o nosso compromisso de oferecer produtos inovadores e de alta qualidade aos nossos consumidores”, afirma o diretor Global de Suprimentos e Inovação da JBS, Jerson Nascimento Jr.

O objetivo inicial do JBS Biotech Innovation Center é tornar o processo produtivo da proteína cultivada mais eficiente, escalável e economicamente competitivo. Estão à frente do projeto os doutores Luismar Marques Porto, presidente da Divisão de Carne Cultivada e do JBS Biotech Innovation Center, e Fernanda Vieira Berti, vice-presidente do Centro de Pesquisa. Ambos são dois dos maiores especialistas em bioengenharia do País, com ampla experiência profissional e acadêmica internacional.

“Para nós, é motivo de grande satisfação fazer parte da primeira iniciativa desse porte no Brasil e, ainda, poder contribuir com estudos que contribuirão para a expansão do setor. Sem dúvida alguma, esse projeto se tornará uma referência internacional”, afirma Porto.

Pesquisas em andamento

A equipe de cientistas do JBS Biotech Innovation Center já iniciou atividades em instalações temporárias dentro do Sapiens Parque. Atualmente, o foco dos estudos está no entendimento das células das espécies bovinas, por meio de pesquisas exploratórias, com objetivo de estabelecer futuramente a produção de proteína bovina cultivada.

No total, o JBS Biotech Innovation Center demandará aproximadamente US$ 62 milhões em investimentos em três fases. A terceira etapa consiste na construção de um módulo básico em escala industrial para demonstração da viabilidade técnico-econômica da proteína cultivada. Esse projeto vai servir como modelo para as futuras plantas que a JBS vier a construir globalmente para produzir proteína cultivada bovina e de outras espécies.

Além do projeto em Florianópolis, a JBS vem desenvolvendo pesquisas em proteína cultivada na Espanha. A companhia é acionista controladora, com 51% de participação, da Biotech Foods, empresa espanhola que é uma das líderes europeias no setor e que opera atualmente uma planta-piloto em San Sebastián, na região Basca.

No final do ano passado, a Biotech Foods iniciou a construção da maior fábrica de proteína bovina cultivada do mundo em San Sebastián. Com investimento de US$ 41 milhões, valor equivalente a mais de R$ 200 milhões, a primeira planta industrial em escala comercial da BioTech Foods está prevista para ser concluída em meados de 2024. O investimento é um marco no setor, já que a planta, quando finalizada, poderá produzir mais de mil toneladas de proteína cultivada por ano, podendo ampliar sua capacidade para até 4 mil toneladas anuais.

Quando estiver em fase comercial, a proteína cultivada a ser produzida pela JBS chegará inicialmente aos consumidores na forma de alimentos preparados, como hambúrgueres, embutidos, almôndegas, entre outros, com a mesma qualidade, segurança, sabor e textura da proteína tradicional. A tecnologia tem potencial não apenas para a produção de proteína bovina, mas também para a de frangos, suínos e pescados.

 

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