Que tal o cliente chegar à loja e encontrar uma seção exclusiva com itens voltados para a terceira idade? E se, mais do que isso, ele encontrar um espaço apropriado dentro da loja para descansar durante as compras?
As sugestões são do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci. “Por que não tem uma gôndola com alimentos mais propícios à terceira idade, com alimentos mais nutritivos para essa faixa etária? Por que no meio do supermercado não ter uma cadeira ou um sofá para os idosos? Muitas vezes, dependendo do estado de saúde dessa pessoa, ela tem uma dificuldade de mobilidade, mas quer sair de casa para fazer supermercado, porque ela tem tempo, mas não tem o conforto”, pondera. “Então que existe de oportunidade é muito grande, o supermercadista tem que ficar de olho atento a isso”.
Falci apresentou nesta terça-feira (21) durante “almoço-coletiva” uma pesquisa sobre longevidade intitulada “Tendência do Mercado Prateado de Minas Gerais”, encomendada pela CDL-BH e realizada pela Hype60+, consultoria de marketing especializada no consumidor sênior, e pela Pipe.Social, uma plataforma-vitrine que conecta negócios com quem investe e fomenta o ecossistema de impacto socioambiental no Brasil.
Segundo a pesquisa, “Economia Prateada” ou “Economia da Longevidade”, que se refere a pessoas acima de 60 anos (a pesquisa ouviu entrevistados a partir de 55 anos), movimenta anualmente R$ 1,6 trilhão do País. Um potencial que nem sempre é aproveitado pelas empresas. “A pesquisa mostra muitos desafios, muitas necessidades desse público que não são atendidas, mas também muitas oportunidades e disso nós temos que tirar o maior proveito possível”, recomenda Falci.
Não só do ponto de vista do potencial de consumo, mas também como mão de obra, a pesquisa mostra a relevância desse faixa etária da população. Mas, mesmo ativos, 22% dos entrevistados afirmam que não existem vagas no mercado de trabalho para pessoas “maduras”, como a pesquisa constata que eles preferem ser chamados. O que deveria ser diferente: “é uma oportunidade muito grande de aproveitar uma mão de obra extremamente qualificada, experiente e experimentada, que precisa de um carinho, muitas vezes, que precisa ser reciclada e atualizada e que vai, com certeza produzir muito”, disse o presidente.
Do ponto de vista do consumo, a pesquisa mostra que a partir dos 65 anos, o ato de comprar passa a ser menos prazeroso e a compra se torna algo por necessidade ou oportunidade. Apenas para 36% dos consumidores nessa faixa etária comprar significa um momento de prazer. Na idade de 55 a 64 anos, esse índice é de 49%. Para 44% das pessoas abaixo de 64 anos, a compra é um momento “necessário”. Já para os maiores de 65 anos o percentual é de 51%.
O atendimento é algo bastante valorizado pelos consumidores acima de 65 anos. Para 36% deles, a cortesia dos vendedores é um fator de decisão de compra. Entre as categorias mais demandadas pelos consumidores da terceira idade estão: calçados, vestuários e acessórios, com 46%; cursos em geral (39%); alimentos para necessidades específicas (35%); serviços e turismo (33%) e produtos de beleza e higiene pessoal (29%).
Para as empresa que pretendem investir no comércio on line ou que já atuam, aqui vão dados animadores sobre esse perfil de cliente: 80% deles possuem computador/notebook; 90% dos pesquisados possuem smartphones; 55% dos pesquisados com mais de 65 anos tem conta no Facebook. “Os idosos de hoje têm um estilo de vida e hábitos de consumo que eram, há três décadas, associados a jovens”, disse a executiva da Pipe.Social, Mariana Fonseca, uma das coordenadoras da pesquisa.
A pesquisa é um recorte que integra um estudo chamado Tsunami 60+, que entrevistou 277 pessoas em Minas Gerais. Do total de entrevistados, 61% estão na capital; 25% no interior e 14% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
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