No dia 21 de setembro foi celebrado o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência (PcD) e reforçou a necessidade de refletir sobre a importância da inclusão dos portadores de alguma deficiência. De acordo com o IBGE, 24% da população tem algum tipo de deficiência, isso representa 45 milhões de brasileiros. A Lei de Cotas para PcDs nº 8.213 de 1991 foi um marco no incentivo à inserção no mercado de trabalho, proporcionando mais independência e qualidade de vida. Mas o desafio vai além da contratação: está em promover um ambiente de inclusão e diversidade nas empresas.
Com este intuito, a Cencosud Brasil desenvolveu uma Política de Diversidade e Inclusão que é reforçada por meio de cursos e-learning e campanhas sobre o tema para fortalecer o clima de respeito e de colaboração. "Acreditamos que o ambiente ajuda a determinar as capacidades das pessoas, por isso, trabalhar numa empresa que promove o respeito e valoriza a diversidade é essencial para o desenvolvimento dos colaboradores", afirma Fábio Oliveira, gerente de Responsabilidade Social da Cencosud Brasil.
Valter Filho, 39 anos, ocupa um cargo de liderança na frente de caixa da rede Perini, em Salvador. Há 11 anos na companhia, ele entrou como empacotador, foi promovido a operador de caixa e há seis anos está na função de encarregado na loja da Graça. Albino, sua condição é causada pela ausência de melanina na pele, cabelos e nos olhos, afetando sua visão. Mas isso não impediu Valter de crescer na empresa. "Desde quando era empacotador eu ajudava na organização de afazeres. Desempenhando essas funções e assumindo novos desafios, fui me desenvolvendo como profissional e aprendendo mais sobre a empresa", conta.
Para ele, o melhor de trabalhar na empresa é ser respeitado pelos colegas. "Apesar de ser uma multinacional, conseguimos manter um ambiente familiar, de acolhimento. Vejo isso tanto na relação com os colegas como com os clientes que gravamos os nomes e interagimos no dia a dia", afirma. Juliana Cruz, gerente da loja onde Valter trabalha, só tem elogios ao colaborador. "Ele é extremamente disciplinado, focado, com alta capacidade de memorização, além de ser muito prestativo e bem quisto pelos clientes. Suas qualidades, em especial o tratamento aos clientes, somam à proposta da Perini", afirma. Ela conta que ele desempenha bem atividades mais trabalhosas, como as de cancelamento e troca de produtos.
Allan Kardec é exemplo de que não há motivos para discriminação. Portadores de deficiência mental, está há nove anos no Bretas, onde encontrou a oportunidade para o primeiro emprego como empacotador de caixa. "Foi minha mãe quem me trouxe para trabalhar." Hoje ele é repositor de mercearia e oferece treinamento para os novos contratados. Vaidoso, não revela a idade, mas confessa que prefere o trabalho na mercearia. "O pessoal aqui gosta demais de mim. Quero ser promovido, vou pensar no cargo que quero chegar."
A deficiente visual Jacilda Costa, 36 anos, trabalha no Mercantil Rodrigues desde 2013. Aos 2 anos de idade ela sofreu um acidente e teve o olho esquerdo perfurado. "Enxergo de um olho só, sou negra, magra, tenho cabelos cacheados e muita autoestima! Isso conta muito e nunca me intimidei por essa condição. Lido com a deficiência desde pequena, me acostumei e nunca foi um obstáculo", conta. Ela diz que a lei de PcD foi muito importante para assegurar o ingresso no mercado de trabalho e revela que, mesmo com a deficiência, é possível aproveitar as oportunidades. "Sempre tive maturidade para lidar com isso e não deixar que me atrapalhasse. Participei de seleções internas para a vaga de escriturária, fui assistente de Recursos Humanos, hoje estou como analista de RH e não vou parar por aqui. Próximo ano retornarei aos estudos. Pretendo fazer faculdade em Gestão de RH e continuar me aperfeiçoando e colaborando com a empresa", afirma Jacilda.
Há oito anos trabalhando no GBarbosa em Aracaju, Soraine Gois, 33 anos, é deficiente auditiva. A avó, como ela chamava a pessoa que a criou, foi quem descobriu a deficiência. "Fazia curso de auxiliar de enfermagem, mas não consegui emprego e acabei desistindo da área. O GBarbosa me ofereceu uma oportunidade como operadora de caixa part-time. Aqui consegui realizar alguns sonhos, ter autonomia financeira, conquistei um trabalho que dá oportunidade de crescimento", afirma. No dia a dia, Soraine aprendeu a lidar com as adversidades com simpatia e jogo de cintura. "Tenho deficiência auditiva profunda e não uso aparelho auditivo porque incomoda muito.
“ Às vezes os clientes falam comigo e não percebem essa deficiência, mas logo contorno a situação e fica tudo bem. Faço leitura labial, tenho facilidade de comunicação e adaptação aos ambientes", explica Soraine. Para ela, tratar a questão de diversidade e inclusão no dia a dia é muito importante para fazer as pessoas se sentirem bem-vindas. "Uma empresa que trata a todos da mesma forma não tem distinção na hora de contratar pessoas, algo que não percebi em outros lugares, que restringem a idade, por exemplo", diz. Para fortalecer esse ambiente de inclusão, equipes de loja e do RH da Cencosud Brasil participaram de ações com intérpretes da linguagem de sinais (Libras) para se comunicarem melhor com pessoas com deficiência auditiva ou da fala, tanto colaboradores como clientes.
Outro exemplo de perseverança e conquista de espaço no mercado de trabalho é Fernanda Vitória, 31 anos, empacotadora na loja do GBarbosa Costa Azul, em Salvador, desde 2014. Com deficiência auditiva identificada aos 5 anos, ela já trabalhou como autônoma em lojas de rua e teve na rede supermercadista GBarbosa o seu primeiro emprego com carteira assinada. Fernanda afirma ter tido muita dificuldade em conseguir emprego e que se sente grata pela empresa e pela Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos do Estado da Bahia (APADA), que fez a intermediação de trabalho. "O clima na empresa é de amizade. As pessoas conversam, brincam, gosto de todos". Sobre as qualidades de uma boa empacotadora, ela afirma que "é preciso ter agilidade e simpatia para atender bem os clientes".
Alessandro Pires Ferreira, da rede Bretas, possui deficiência na visão. "Comecei em 2011 no hortifrúti. Hoje trabalho na frente de caixa, auxiliando os clientes com o transporte das compras e organização do espaço". Aos 30 anos, afirma que o fato de utilizar óculos para poder enxergar não atrapalha seu desempenho no trabalho e já faz planos para o futuro: "quero chegar a ser encarregado".
A Cencosud promove uma cultura aberta, encorajando as pessoas a serem elas mesmas, independente de raça, gênero, idade ou condição. "Queremos um time integrado, comprometido e que promova um ambiente saudável e positivo para trabalhar. Valorizar nossos colaboradores é valorizar nossa empresa", conclui o gerente de Responsabilidade Social. Os interessados em trabalhar nas empresas da Cencosud Brasil podem cadastrar dados e conferir as oportunidades em: www.vagas.com.br/cencosudbrasil
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