O CEO da Anheuser-Busch InBev, Carlos Brito, confia no crescimento dos negócios em 2019 no Brasil. Embora a companhia enfrente dificuldades para aumentar vendas nos Estados Unidos e no Brasil, seus maiores mercados, Brito diz que "somos uma empresa global e no mundo a cerveja continua crescendo em volume e em valor".
Em entrevista ao Valor em Davos, à margem do Forum Econômico Mundial, Brito, que comanda a maior fabricante de cerveja do mundo, foi enfático sobre o Brasil: "Estamos muito otimistas sobre os negócios em 2019. Achamos que muitas incertezas do ano passado, com a eleição, ficaram para atrás".
Para ele, o consumidor brasileiro "agora está olhando para frente e temos muita esperança de que o Brasil retome seu crescimento depois de muitos anos em que o PIB do país esteve sob pressão".
O executivo observa que no seu negócio, como para qualquer produto de consumo, o mais importante é a confiança do consumidor. "Se o consumidor se sente bem sobre o futuro, ele vai gastar e tem uma vida normal", observou. "Se está apreensivo, acha que pode perder o emprego, começa a se comportar hoje como se já estivesse numa situação difícil".
No Brasil, Brito diz que já há dados mostrando que a confiança do consumidor começa a ser restabelecida. " A classe média continua pujante, e continuamos investindo no país".
Segundo o executivo, nos últimos anos a Ambev investiu em capacidade produtiva, em mais inovação no mercado em termos de mais garrafas retornáveis, de tamanhos diferentes, e de marcas globais de cerveja como Corona, Budweiser, Stela Artois.
Na América do Norte, um de seus principais mercados, a AB InBev registrou queda de 3% no volume de vendas nos primeiros nove meses de 2018. A companhia divulga os resultados financeiros de 2018 em 28 de fevereiro. No ano passado, até setembro, a receita líquida da companhia teve aumento de 4,6%, para US$ 40,37 bilhões. O lucro líquido recuou 21,2%, para US$ 3,91 bilhões. A empresa enfrenta dificuldades para ampliar as vendas nos EUA e no Brasil, seus principais mercados.
Indagado porque as pessoas estão bebendo menos cerveja, Brito respondeu que a realidade é que o negócio continua bom globalmente. "Somos uma empresa global e no mundo a cerveja continua crescendo em volume e em valor" afirmou. As vendas de cerveja no mundo devem crescer no varejo em 2018, segundo projeções da Euromonitor (ver gráfico).
"É uma coisa impressionante, porque se você olha outras categorias de bebidas e comida é raro ver esse crescimento de unidades e valor", disse Brito. A sinalização é de que a indústria de cerveja continua lucrativa. "Como o consumidor está bebendo mais cervejas premium, o valor também está crescendo", disse.
Em entrevista em Davos para o canal de televisão americano CNBC, Brito foi perguntado se os americanos estavam bebendo menos cerveja por causa da legalização da canabis em alguns Estados.
O executivo respondeu que a companhia não tinha nenhum dado provando que a marijuana estava afetando o mercado de bebidas.
Ao Valor, Brito observou, por outro lado, que a parceria da InBev com o produtor canadense Tilray, anunciado no mês passado, é um negócio pequeno. A joint venture de US$ 100 milhões vai focar em bebida feita com o canabidiol (CBD), que teria possibilidades terapêuticas e sem efeito psicoativo. (Valor Econômico)
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