A Anheuser-Busch, fabricante da cerveja Budweiser, vai trabalhar nos EUA com novos produtos que vão de aperitivos do tipo faça-você-mesmo a cervejas artesanais voltadas para o público feminino, no momento em que os números do setor mostram a maior queda nos volumes de vendas de cervejas entre os americanos em sete anos.
Michel Doukeris, que comanda o braço norte-americano da AB InBev, a maior fabricante de cervejas do mundo, esboçou como ele pretende reconquistar os consumidores, depois de os números mais recentes mostrarem que os americanos estão trocando a cerveja pelos destilados e vinhos.
A Anheuser-Busch produz algumas das maiores marcas de cerveja dos Estados Unidos, incluindo a Bud Light e a Goose Island. As explicações para o declínio da popularidade da cerveja vão de consumidores cada vez mais preocupados com a saúde, ansiosos por acabar com a "barriga de cerveja", à ascensão das redes sociais, que vêm desencorajando os adultos jovens de consumir bebidas alcoólicas.
Os esforços da Anheuser-Busch para enfrentar a mudança nos hábitos dos consumidores incluem a Drinkworks, um empreendimento com a Keurig Dr Pepper que Doukeris descreve como "talvez a maior oportunidade" para a companhia atuar além da cerveja. O produto, parecido com uma máquina de café, que está disponível no Missouri e em lançamento na Flórida, permite aos consumidores fazer em casa aperitivos que vão de "mojitos" a "margaritas".
Na área de cervejas, Doukeris disse que a Anheuser-Busch ainda poderá melhorar as receitas, apesar da queda dos volumes vendidos, em parte porque está oferecendo produtos mais caros como a Michelob Ultra, comercializada como uma cerveja de baixas calorias. "Vamos reconquistar os consumidores e talvez reverter a tendência sobre os volumes."
Doukeris disse que a empresa sediada em St Louis vem tendo a oportunidade de vender mais cervejas artesanais para mulheres e consumidores hispânicos, com o apelo de novos sabores. As ofertas voltadas ao público feminino incluem uma bebida à base de maracujá e lichia, produzida pela cervejaria artesanal do grupo Wicked Weed.
A AB InBev, que na virada do ano tinha um endividamento de US$ 102,5 bilhões, resultante da aquisição da SABMiller em 2016 por 79 bilhões de libras, há vários anos vem enfrentando uma queda nas receitas nos EUA, seu maior mercado. As receitas americanas subiram 1,6% no primeiro trimestre deste ano, depois de uma queda de 0,7% no mesmo período do ano passado. Em toda a indústria, os volumes de cerveja caíram 1,6% em 2018, em relação a 2017, segundo análise da IWSR.
O declínio, que avançou de 1% em 2017 e 0,2% no ano anterior, contribuiu para uma queda de 1,6% no consumo mundial de bebidas alcoólicas. Os volumes de cerveja vendidos caíram 2,2%, liderados por um recuo de 13% na China. México e Alemanha saíram-se melhor, segundo dados da IWSR, com crescimento de 6,6% e 1%, respectivamente.
Por outro lado, as vendas mundiais de gin, em volumes, cresceram 8,3% - incluindo um aumento de 33% no Reino Unido. Outros destilados também se saírem muito bem, como o uísque, com aumento de 7% e bebidas mistas, como coquetéis prémisturados, com alta de 5%. Em um recente encontro com investidores em Nova York, a AB InBev estabeleceu como meta aumentar suas receitas de bebidas - excluindo a cerveja - nos EUA para US$ 1 bilhão. (Fonte: Jornal Valor Econômico)
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