As vendas nos supermercados em Minas Gerais tiveram crescimento de 10,78% no acumulado de janeiro a novembro de 2020. É o que informa o Termômetro de Vendas, pesquisa mensal da Associação Mineira de Supermercados (AMIS), feita com empresas de todos os portes e em todas as regiões do Estado.
Em novembro de 2020, período de referência da pesquisa, sobre o mesmo mês de 2019, houve crescimento de 6,31%. Porém, quando comparados os resultados de novembro com outubro, o setor registra retração nas vendas de 5,96%. Os dados estão deflacionados pelo IPCA/IBGE.
O crescimento de 10,78% de janeiro a novembro, segundo os supermercadistas pesquisados, está acima das previsões feitas no início do ano. As mudanças imposta pela pandemia no varejo acabaram favorecendo o setor supermercadista. “Um maior número de pessoas em casa, outros segmentos tendo que ficar fechados, como bares e restaurantes, e o auxílio emergencial pago pelo governo federal contribuíram para aumentar as vendas no setor”, afirma o Presidente Executivo da AMIS, Antônio Claret Nametala.
Por outro lado, o setor teve suas despesas aumentadas fortemente com o “custo da pandemia”. As lojas precisaram ter seu funcionamento readequado com aquisição de novos equipamentos, fornecimento de itens de cuidados sanitários para clientes e colaboradores, equipamentos de proteção e dispositivos de informação. “Soma-se a isso a alta dos preços, especialmente de itens da cesta básica, motivada pela pressão da demanda, o aumento das exportações e a valorização cambial. Esses fatores fizeram com que o setor tivesse crescimento de vendas, mas os resultados não acompanharam esse desempenho, devido aos custos dos produtos e de operação das lojas”, analisa Claret.
Resultados em novembro
O crescimento de 10,90% em novembro deste ano sobre o mesmo período do ano passado pode ser atribuído também aos efeitos já citados da pandemia. Já a queda frente a outubro, na opinião dos supermercadistas, começa a refletir a diminuição em 50% no auxílio emergencial. Outra justificativa, em termos de renda do consumidor, é que aqueles trabalhadores que foram demitidos no início da pandemia e receberam as verbas de rescisão, em muitos casos, começam a ficar sem esse recurso.
Mas o mês de novembro tem outras características que explicam essa queda como:
- A proibição da venda de bebida alcoólica no dia das eleições municipais (15). Essa categoria puxa também a vendas de outras seções, como do açougue;
- O calendário, com 31 dias frente a 30, e um sábado menos do que outubro.
- O fraco desempenho da Black Friday em função das dificuldades do momento.
Regiões – Na avaliação regional (quadro 1), o melhor desempenho no crescimento acumulado ocorreu na Central, que inclui a Grande BH, com 14,07%. Região com maior robustez econômica para suportar os impactos da pandemia. O menor crescimento ocorreu no Centro-Oeste (3,85%). Setores que sobressaem na região, como varejo de moda e indústria calçadistas, por exemplo, foram os mais afetados com a pandemia, ocasionando assim um índice de desemprego mais alto.
1. VARIAÇÃO REGIONAL (%)
Mês |
Vs. mês anterior |
VS. mesmo mês ano anterior |
Acumulado do ano |
|
Central |
-5,52 |
9,80 |
14,07 |
|
Centro-Oeste |
-6,43 |
2,82 |
3,85 |
|
Norte/Noroeste |
-5,42 |
4,45 |
7,12 |
|
Rio Doce/Muc./Jeq. |
-5,96 |
4,51 |
9,17 |
|
Sul |
-6,46 |
4,82 |
10,35 |
|
Triâng./Alto Paran. |
-5,31 |
7,44 |
11,87 |
|
Zona da Mata |
-5,57 |
10,90 |
12,20 |
|
GERAL MG |
-5,96 |
6,31 |
10,78 |
2. VARIAÇÃO GERAL ACUMULADA /2020
Mês |
Vs. mês anterior |
VS. mesmo mês ano anterior |
Acumulado do ano |
|
Janeiro |
-19,11% |
4,15% |
4,15% |
|
Fevereiro |
2,05% |
9,39% |
6,73% |
|
Março |
11,93% |
10,21% |
7,96% |
|
Abril |
-7,11% |
7,69% |
7,89% |
|
Maio |
6,42% |
14,45% |
9,21% |
|
Junho |
-3,69% |
9,97% |
9,34% |
|
Julho |
5,21% |
14,81% |
10,13% |
|
Agosto |
2,36% |
11,27% |
10,28% |
|
Setembro |
- 1,07% |
14,75% |
10,79% |
|
Outubro |
4,78% |
15,33% |
11,26% |
|
Novembro |
- 5,96% |
6,31% |
10,78% |
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